No domingo, 26, a Agência
Estado noticiou que o supercomputador Tupã, que toca o trabalho no Centro de
Previsão de Tempo e Meteorologia (Cptec) do Inpe, está atuando em uma espécie
de sobrevida e corre o risco de parar de funcionar a qualquer momento.
O Tupã foi adquirido em 2010
por R$ 50 milhões. Na época, era uma máquina tão impressionante que figurava
entre os 30 computadores mais rápidos do mundo — hoje, ele sequer aparece entre
os 500 mais velozes.
O normal, segundo Gilvan
Sampaio, que chefia as operações do Cptec, seria fazer uma substituição a cada
quatro anos, mas a falta de recursos tem feito com que a instituição se veja
forçada a operar na base da gambiarra, já que o Tupã tem sete anos.
Como acabou o dinheiro, o
contrato de manutenção, que venceu em outubro, não foi renovado. A empresa responsável
continua oferecendo o serviço na base da caridade, mas apenas em dias úteis, o
que causa situações problemáticas. Na semana retrasada, por exemplo, a máquina
quebrou no domingo e só voltou a operar na terça-feira, já que era feriado na
segunda. Isso fez com que a previsão daquela terça tenha sido feita com base em
dados da manhã de domingo.
Em conversa com o Estado,
Sampaio afirmou que o Inpe vem pedindo recursos para compra de equipamento novo
desde 2014. Estima-se que a substituição custaria R$ 120 milhões e, mesmo se o
dinheiro um dia vier, vai levar cerca de dois anos para que a nova máquina
comece a funcionar devido ao processo burocrático da licitação internacional e
ao tempo necessário para instalação.
Como nada disso aparece no
horizonte, o Inpe arrumou um "jeitinho brasileiro" para garantir que
o Tupã siga em operação: o órgão propôs que sejam trocados os processadores da
máquina, o que a tornaria útil por mais dois anos. Eles conseguiram R$ 10
milhões por meio de emendas parlamentares e recursos ministeriais, mas o
dinheiro ainda não chegou e, se não entrar até 8 de dezembro, será perdido
porque a data limite para o empenho terá sido atingida.
Olhar Digital
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