A Polícia Civil deflagrou na
manhã desta quarta-feira (22) a “Operação Queijo Suíço” com participação do
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Secretaria
Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed). A ação visa prender
servidores públicos envolvidos com crimes de corrupção, facilitação da entrada
de objetos ilicitos, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade
ideológica dentro e fora do sistema prisional do estado.
A operação começou após uma
série de fugas no sistema, principalmente no presidio de Alcaçuz, no município
de Nísia Floresta. A operação está funcionando em segredo de justiça e
iniciou-se após a rebelião de janeiro na unidade prisional, que terminou com 26
mortos, 56 fugas e corpos desaparecidos, ou sem identificação.
Foram expedidos 22 de busca e
apreensão, 19 mandados de condução coercitiva, cujo apenas três não foram
cumpridos. Entre os suspeitos 19 agentes penitenciários, um policial militar,
um advogado e um ex-policial civil que estão prestando depoimento na sede da
Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol). Apenas uma pessoa foi presa por
porte ilegal de arma de fogo.
“Estas pessoas agiram algumas
vezes em conjunto e outras separadamente. E durante as investigações
descobrimos vultuosas transações bancárias para estas pessoas. Isto não
condizia com os rendimentos declarados no imposto de renda de cada um. A partir
destes dados iniciamos as investigações que recorrem desde a ‘facilitação’ de
entrada de produtos ilícitos nas unidades
a facilitação das fugas”, comentou o delegado geral da policia civil,
José Francisco Correia Júnior.
O coordenador do Gaeco, o
promotor de Justiça Fausto França, informou que a operação que se iniciou em
fevereiro não irá parar por ai, pois existem mais irregularidades a serem
investigadas em todo sistema prisional do estado, inclusive com o trabalho
conjunto da nova célula de investigação do grupo com apoio da Polícia Civil e
Secretaria de Segurança do Estado.
“Este é um trabalho de
integração entre as forças e os promotores, que evoluiu e chegou a este ponto.
Hoje tomamos as medidas de instrução do inquérito, ou produção de provas. Estas
pessoas serão ouvidas e consequentemente a investigação será entregue a
justiça. Ressaltamos que o crime praticado dentro do sistema penitenciário tem
especial gravidade, pois onde se deveria existir o fechamento do ciclo de
aplicação da lei penal, no qual deveria existir rigor e disciplina um ambiente
de lei e ordem que não poderia ser corrompido” afirmou o promotor.
O o promotor de Justiça Fausto
França informou também que as investigações continuarão e que mais pessoas
devem ser ouvidas até o repasse a Justiça.
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