O novo Levantamento Rápido de
Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) indica 357 municípios
brasileiros em situação de risco de surto de dengue, zika e chikungunya. Isso
significa que mais de 9% das casas visitadas nestas cidades continham larvas do
mosquito. A maior parte dessas cidades, um total de 97, fica no Rio Grande do
Norte. Ou seja, o estado potiguar tem mais de 58% dos seus municípios em
situação de risco.
Das 167 cidades do RN, 165
enviaram os dados para o estudo. Destas, 22 tiveram desempenho satisfatório
(13,3%), 73 estão em alerta (44,24%) e 97 em risco (58,08%).
No total, 3.946 municípios de
todo o país fizeram o levantamento. Os dados foram apresentados pelo ministro
da Saúde, Ricardo Barros, nesta terça-feira (28), em Brasília. Na ocasião,
também foi lançada a campanha publicitária de combate ao mosquito Aedes
aegypti.
Realizado de outubro até a 1ª
quinzena de novembro, o LIRAa teve adesão recorde de municípios para este
período do ano, com 3.946 cidades participantes, um aumento de 73% se comparado
com o mesmo período do ano passado, quando 2.282 municípios fizeram o
levantamento.
Além das cidades em situação
de risco, o LIRAa identificou 1.139 municípios em alerta, com índice de
infestação de mosquitos nos imóveis entre 1% a 3,9% e 2.450 municípios com
índices satisfatórios, com menos de 1% das residências com larvas do mosquito
em recipientes com água parada.
Entre as 17 capitais que o
Ministério da Saúde recebeu informações sobre o LIRAa, estão com índices
satisfatórios os municípios de Macapá (AP), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Belo
Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Curitiba (PR), Rio de Janeiro
(RJ) e Palmas (TO).
As capitais com índices em
estado de alerta, são: Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Vitória (ES),
Recife (PE), Natal (RN), Porto Velho (RO), Aracajú (SE) e São Luis (MA). As
capitais Belém (PA), Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São
Paulo (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio Branco (AC) não
informaram os dados ao Ministério da Saúde.
O Mapa da Dengue, como é
chamado o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti
(LIRAa), é um instrumento fundamental para o controle do mosquito. Com base nas
informações coletadas no LIRAa, o gestor pode identificar os bairros onde estão
concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito
onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que, com a realização do
levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento
das ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti.
Criadouros
A metodologia permite
identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município,
além de revelar quais os principais tipos de criadouros, por região. Os
resultados reforçam a necessidade de intensificar imediatamente as ações de
prevenção contra a dengue, zika e chikungunya, em especial nas cidades em risco
e em alerta.
O armazenamento de água no
nível do solo (doméstico), como tonel, barril e tina, foi o principal tipo de
criadouro nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Sul o maior
número de depósitos encontrados foi em lixo, como recipientes plásticos,
garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção. Na região Sudeste predominou
os depósitos móveis, caracterizados por vasos/frascos com água e pratos.
Dengue
Segundo o Ministério da Saúde,
até 11 de novembro de 2017 foram notificados 239.076 casos prováveis de dengue
em todo o país, sendo observado uma redução de 83,7% em relação ao mesmo
período de 2016 (1.463.007). Com relação ao número de óbitos, também houve
queda significativa (82,4%), reduzindo de 694 óbitos em 2016 para 122 em 2017.
Da mesma forma, os registros de dengue grave caíram 73%, de um ano para outro,
passando de 901, em 2016, para 243 em 2017. Já dengue com sinais de alarme
passou de 8.875 em 2016 para 2.209 em 2017, apresentando uma redução 75% em
relação ao mesmo período do ano anterior.
Em todo país, a região
Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis (84.051 casos; 35,2%) em
relação ao total do país. Em seguida aparecem as regiões Centro-Oeste (74.691
casos; 31,2%), Sudeste (55.381 casos; 23,2%), Norte (21.057 casos; 8,8%) e Sul
(3.896 casos; 1,6%).
A análise da taxa de
incidência de casos prováveis de dengue (número de casos/100 mil hab.), em
2017, até o dia 11 de novembro, segundo regiões geográficas, evidencia que as
regiões Centro-Oeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de incidência:
476,9 casos/100 mil hab. e 147,7 casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as
Unidades da Federação (UFs), destacam-se Goiás (906,3 casos/100 mil hab.),
Ceará (457,7 casos/100 mil hab.) e Tocantins (322,5 casos/100 mil hab.).
Chikungunya
Até 11 de novembro, foram
registrados 184.458 casos prováveis de febre chikungunya, o que representa uma
taxa de incidência de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes. A redução é de
32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados
271.637 casos. A taxa de incidência no mesmo período de 2016 foi de 131,8
casos/100 mil/hab.
A região Nordeste apresentou o
maior número de casos prováveis de febre de chikungunya (141.363 casos; 76,6%)
em relação ao total do país. Em seguida aparecem as regiões Sudeste (23.169
casos; 12,6%), Norte (16.125 casos; 8,7%), Centro-Oeste (3.467 casos; 1,9%) e
Sul (334 casos; 0,2%).
Neste ano, foram confirmados
laboratorialmente 149 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 211 mortes
confirmadas, uma redução de 29,4%.
Zika
Até 11 de novembro, foram
registrados 16.870 casos prováveis de zika em todo país, uma redução de 92,1%
em relação a 2016 (214.126). A taxa de incidência passou de 103,9 em 2016 para
8,2 neste ano.
As regiões Centro-Oeste e
Norte apresentam as maiores taxas de incidência: 38,3 casos/100 mil hab. e 12,2
casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as UFs, destacam-se Mato Grosso
(64,5 casos/100 mil hab.), Goiás (55,9 casos/100 mil hab.), Tocantins (45,5
casos/100 mil hab.) e Roraima (43,4 casos/100 mil hab.). Em relação às
gestantes, foram registrados 2.197 casos prováveis, sendo 901 confirmados por
critério clínico-epidemiológico ou laboratorial.
G1RN
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