O problema é que o Robinson
governador nunca entendeu isso. Vaidoso, sempre nas entrevistas procurava
lembrar que se superou, calou os críticos e ironizando quem (com razão)
duvidava de sua capacidade. Mais parecia um técnico de futebol após ganhar um
campeonato contra todos os prognósticos do que um chefe de estado.
O governador Robinson Faria
não aceita críticas, não convive com o contraditório e trata a mídia como
extensão de uma roda de amigos. Quem não é da sua turma, é inimigo.
O Robinson presidente da
Assembleia Legislativa cunhou a fama de político parceiro dos servidores. Hoje
algumas operações como “Dama de Espadas” e “Anteros” talvez revelem os motivos
de tanta benevolência. O Robinson candidato fazia propaganda dessa “parceria”,
o governador desmente tudo isso.
O governador começou muito mal
no cargo na relação com os servidores. Primeiro criou uma cortina de fumaça
dizendo que pagava em dia quando na verdade estava raspando o Fundo
Previdenciário para, artificialmente, manter o compromisso dentro do mês
trabalhado. Seguidamente ele rejeitou aumentos de salários, massacrando os
servidores, mas não teve a menor cerimônia em dar aumento de 100% a si próprio
e mais recentemente aumentar os salários dos cargos comissionados.
Sem a grana, o governador foi
gradualmente atrasando a folha. Agora o quadro chega a níveis desesperadores e
as previsões de atrasos salariais para 2018 apontam Robinson entregando o cargo
ao sucessor com cinco meses de atraso.
Não vou aqui poupar o
governador pela crise e a bomba fabricada pela incompetência de seus
antecessores que estourou em seu colo. É verdade que de Tarcísio Maia (1975/79)
para cá todos os governadores do Rio Grande do Norte são culpados pelo nosso
atraso em termos de desenvolvimento. Todos tiveram a oportunidade de planejar o
Estado para hoje, mas preferiram o butim e a preocupação com os interesses
pessoais. Robinson sabia de tudo isso, mas na campanha vendeu fantasia. Não
pode ser poupado.
Robinson prometeu resolver o
complexo problema da segurança, mas piorou a situação com o número de
homicídios explodindo e se tornando refém de bandidos amotinados no queijo
suíço conhecido como Presídio de Alcaçuz.
E é aí que eu quero chegar,
mas não agora.
O governador se converteu em
um tirano daqueles que tratam a todos com desigualdade conforme seus
interesses. Nos atrasos salariais os órgãos com arrecadação própria e a
educação sempre foram poupados. Robinson não queria deixar o Estado sem
arrecadar nem encarar a categoria mais organizada e com maior poder de mobilização
do Rio Grande do Norte (vale lembrar que ele utiliza recursos federais do
FUNDEB para a folha dos professores).
Quando a situação se tornou
insustentável, várias categorias ameaçaram entrar em greve.
Qual recebeu maior atenção? A segurança. O
governador chegou a portar-se como um bravo leão nas redes sociais ameaçando os
policiais militares, mas nos bastidores agiu como um gatinho assustando
colocando os salários dos fardados em dia, afundando os problemas das demais
categorias. Na época eu cantei a bola em artigo publicado no Facebook:
“Robinson vai precisar do aparelho repressor do Estado para reprimir as outras
greves”. Não era previsão, mas uma triste constatação de uma estratégia
tirânica.
Agora relembro mais uma vez
Alcaçuz. Quem lembra da postura de Robinson com os bandidos rebelados? Primeiro
negociou com os bandidos. Negou, agrediu os jornalistas que ousaram revelar o
fato e chegou ao requinte de crueldade de permitir que o país assistisse uma
batalha primitiva com paus e pedras entre os bandidos sem qualquer intervenção
da Polícia Militar.
Dez meses depois,
servidores da saúde e professores da UERN indignados com os salários atrasados
decidiram ocupar a Secretaria Estadual de Planejamento com toda legitimidade do
mundo. Qual foi a atitude de Robinson? Entrar na Justiça para pedir a
reintegração de posse. Negociar está fora de cogitação quando quem ocupa o
espaço público é o trabalhador.
“Ah! Mas não tem nada a ver
uma coisa com a outra”, diria o insensível. Verdade. Com trabalhador se
negocia, dialoga. Com bandidos o uso da força é um recurso a ser usado, mas
nunca contra quem não comete crimes.
Robinson em Alcaçuz hesitou e
permitiu que os bandidos mandassem no presídio durante 13 dias. Com os
servidores não deixou que eles ficassem 72 horas no prédio da Seplan. Resolveu
na base da força.
Realmente não se compara os
dois casos, mas o governador preferiu tratar os trabalhadores como bandidos
sujando de vez a própria biografia. Além de tornar a comparação factível.
Se Robinson sonhava ter alguma
condição de disputar a reeleição deverá se olhar no espelho e dar a si próprio
o conselho que dera há um ano ao ex-prefeito Francisco José Junior (sem
partido): “tenha humildade e não dispute”.
O governador momentaneamente
desune o quadro geral dos servidores jogando a PM contra as demais categorias,
mas não percebe que une o Rio Grande do Norte contra ele.
Robinson se entregou a
tirania!
Blog do Barreto
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