O Facebook é enorme e possui
mais de 2 bilhões de usuários, então não é surpreendente pensar que ele
influencia muito a vida do mundo quase inteiro. Um antigo executivo da rede
social acredita que essa influencia está longe de ser positiva - e ele não é o primeiro
ex-Facebook a criticar as transformações causadas pela empresa na sociedade.
Chamath Palihapitiya entrou no
Facebook em 2007 e ajudou na construção do império de Mark Zuckerberg ocupando
o cargo de vice-presidente de crescimento de usuários. Palihapitiya deixou a
empresa em 2011 e acredita que, nos seis anos seguintes, o crescimento do
Facebook se tornou um problema para a sociedade.
"Eu acho que criamos
ferramentas que estão destruindo o tecido social de como a sociedade
funciona", atacou em uma palestra para estudantes da Universidade de
Stanford. Palihapitiya não se refere especificamente a casos como os anúncios
russos que influenciaram as eleições presidenciais dos EUA, e nem sobre como as
notícias falsas se espalham com facilidade pela rede social.
A crítica dele se concentra na forma como o Facebook funciona - a busca constante
de curtidas para as pessoas se sentirem bem. "Não há discursos civil, não
há cooperação; há desinformação. E esse não é um problema americano - não é
sobre anúncios russos. É um problema global," continuou.
Palihapitiya vê o Facebook
como uma boa ferramenta para pessoas má intencionadas, que podem usá-lo para
manipular opinião pública. Ele diz que seus filhos não estão autorizados a
entrar na rede social.
O Facebook não foi o único
alvo do executivo, que também criticou o Vale do Silício como um todo. Ele
acredita que investidores jogam dinheiro em "empresas idiotas e
inúteis" e deixam de lado problemas reais do mundo, como saúde e mudança
climática.
Não é a primeira vez que um
ex-funcionário do Facebook critica o poder excessivo que a rede social construiu
com o passar dos anos. Um antigo gerente de produto do Facebook, Antonio
Garcia-Martinez, escreveu um livro explicando como o Facebook mente sobre a
capacidade de influenciar pessoas com base nos dados coletados sobre ela. Já o
investidor Sean Parker disse recentemente que o Facebook "explora uma
vulnerabilidade na psicologia humana", e por isso ganhou tanta força.
Olhar Digital
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