O presidente Michel Temer
disse neste domingo (10) que a reforma da Previdência será aprovada, se não em
2017, "no início do ano que vem”. A declaração foi dada em entrevista,
pouco antes de embarcar de volta a Brasília. O presidente viajou a Buenos Aires
para participar da abertura da 11ª Conferência Ministerial da Organização
Mundial do Comercio (OMC), onde destacou em seu discurso que o Brasil
"deixou a recessão para trás".
“Para não dizer que não falei de flores, quero
dizer que a reforma da Previdência vai muito bem. Fecharam questão já o PMDB, o
PTB, o PPS [ a favor da reforma]. Hoje falei com os presidentes do PP, do PSD e
agora falei com o presidente do PRD. Estão todos entusiasmados para o eventual
fechamento da questão”, acrescentou.
Mesmo que não consiga
suficiente apoio para aprovar a reforma em 2017, Temer assegurou que a
discussão “nunca vai parar”. A declaração do presidente ocorre em meio às
negociações entre o governo e os partidos da base aliada para tentar encerrar o
ano com a reforma da Previdência aprovada na Câmara. A Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 287/16, que modifica regras do sistema previdenciário,
precisa do apoio de pelo menos 308 votos, em dois turnos, para ser aprovada.
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Câmara deve retomar nesta
semana discussão da reforma da Previdência
O presidente viajou
acompanhado do novo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que é um
dos principais articuladores do governo na Câmara. Marun disse que o governo
"tem consciência" de que ainda não tem os votos necessário. No
entanto, afirmou que a missão dele, junto com o governo e líderes da Câmara, é
angariar o apoio necessário. Segundo Marun, ele iniciará o trabalho de busca
por votos na sexta-feira, após sua posse que está marcada para quinta-feira.
"Confio que até o dia 18
teremos os votos necessários para que seja colocado em votação", afirmou,
repetindo a expectativa que já havia sido anunciada pelo líder do governo na
Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A votação no Senado já estava prevista
para ocorrer somente no ano que vem.
Pela agenda da Câmara desta
semana, o relatório elaborado pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA) deve ser lido
em plenário na quinta-feira (14) de manhã. A partir daí, líderes fariam a
defesa da proposta e estaria aberta a discussão para que a votação ocorresse
nos dias 18 e 19.
Mercosul
Temer aproveitou a viagem para
se reunir com os presidentes dos outros três países do Mercosul. O bloco
regional - formado pelo Brasil, a
Argentina, o Uruguai e o Paraguai – está negociando um acordo de integração com
a União Europeia (UE). Mas mesmo estando fora do país, Temer continuou
negociando apoio parlamentar para a aprovação da reforma da Previdência.
Agência Brasil
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