O diretor-presidente da
Aadasa, Paulo Salles, e o diretor da agência Jorge Enoch Furquim Werneck Lima
participam de palestra sobre o 8º Fórum mundial da Água, na EBC. (Foto: José
Cruz/Agência Brasil)
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O diretor-presidente da
Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa),
Paulo Salles, disse hoje (19) que a sociedade precisa estar preparada para
viver com menos água e que isso implica, do ponto de vista tecnológico, na aposta
em técnicas de reúso da água. Durante palestra na Empresa Brasil de Comunicação
(EBC), o biólogo falou sobre os preparativos para o 8º Fórum Mundial da Água,
que ocorrerá em Brasília de 18 a 23 de março.
“Precisamos rever nossos
conceitos com relação ao uso da água e com relação à maneira como estamos
tratando os recursos naturais que garantem a permanência da água nos
ecossistemas. É um processo educacional que já vem sendo feito e acredito que
esses momentos de dificuldade que estamos vivendo estimulam ainda mais nosso
empenho no sentido de mudar essa cultura e tornar a população mais
bem-educada”, disse Salles ao se referir à crise hídrica em parte do país.
Além da necessidade de se
avançar em técnicas de reúso, Salles também defendeu a busca por outras fontes
de abastecimento, como a dessalinização da água do mar em cidades litorâneas e,
particularmente, no Nordeste brasileiro. “A água está presente em todas as
atividades humanas, inclusive nas atividades econômicas. E o fórum vai tratar
um pouco de cada coisa. Não é um evento científico nem organizado
exclusivamente pra governo ou sociedade civil. É uma plataforma que vai abordar
todos esses assuntos numa perspectiva diversificada, para atender a todos os
públicos”.
O especialista lembrou que o
Brasil sempre chamou a atenção do mundo em razão do volume de água doce
acumulada. Para ele, o país tem também uma legislação avançada e instituições
com bom desempenho no setor. “Já temos um protagonismo. Com a realização do
fórum em Brasília, neste momento em que a crise é tida como mundial, temos uma
oportunidade muito grande de reafirmar os nossos compromissos, valores e
ideias, compartilhar aquilo que temos de boas práticas e aprender as soluções
já testadas e aprovadas em outros países”.
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Hemisfério Sul
Essa é a primeira vez que o
Fórum Mundial da Água será realizado no Hemisfério Sul. O tema da oitava edição,
Compartilhando Água, será debatido por representantes de governos, da sociedade
civil, de empresas públicas e privadas e de organizações não governamentais de
diversos países.
A organização espera receber
mais de 60 chefes de Estado em Brasília, além de especialistas internacionais.
Na programação, estão previstos mais de 200 debates e atividades educativas,
informativas e culturais.
Espaço gratuito
Na edição de Brasília, o
evento vai contar com um espaço gratuito, chamado Vila Cidadã, uma espécie de arena
de debates, palestras, exposições, cinema, artesanato, bate-papos e espaço
gourmet.
A estrutura ficará montada no
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, próximo ao Centro de Convenções
Ulysses Guimarães.
O 8º Fórum Mundial da Água é
organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo de Brasília,
representado pela Adasa, e pelo Ministério do Meio Ambiente, representado pela
Agência Nacional das Águas (ANA).
Criado em 1996 pelo Conselho
Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos
acerca dos recursos hídricos. O evento ocorre a cada três anos e já passou por
Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na
Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Quioto, no Japão (2003); Haia,
na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).
Agência Brasil
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