A capacidade de água
superficial no Rio Grande do Norte despencou 62,4% nos últimos 8 anos. O dado
considerado alarmante por especialistas foi analisado pelo Grupo de Segurança
Hídrica do Governo do Estado em reunião nesta terça-feira, 27, no Gabinete
Civil.
Em 2010, os reservatórios
potiguares estavam com 73,30% da capacidade total. O número caiu para 13,57% em
2017 e, atualmente, é de apenas 10,90%. Os dados foram repassados pelo próprio
Gabinete Civil do Estado após a reunião.
“A maior queda foi de 2011 a
2014. A partir de 2015, passamos a controlar a situação. Se não fosse esse
controle estaria pior”, contou Josivan Cardoso, Diretor-presidente do Instituto
de Gestão das Águas (Igarn).
Conforme dito por Cardoso ao
PORTAL NO AR, se as chuvas registradas este ano seguirem na mesma intensidade,
espera-se que os reservatórios potiguares cheguem a “30% ou 40% da capacidade
hídrica do estado até o fim do ano”.
Com as barragens cada vez mais
secas, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) enfrenta
dificuldades para abastecer os 167 municípios do estado. Hoje, 15 cidades
potiguares estão em colapso de abastecimento e outras 84 são abastecidas por
meio de rodízio.
A água chega a estes
municípios em colapso através de 70 caminhões-pipa que estão a serviço da
Operação Vertente. Os veículos fazem a captação em quatro cidades (Afonso Bezerra,
Apodi, Parelhas e Vera Cruz) para abastecer aos moradores dos locais que não
podem contar mais com o serviço de abastecimento da Caern.
Chuvas tiram Santana do Matos
do colapso
Mesmo que, de acordo com o
Igarn, as chuvas que caem desde o começo deste ano terem provocado pouca
melhora na situação das reservas hídricas potiguares, elas já diminuíram a
quantidade de municípios em colapso. Isso porque até o último dia 23, eram 16 cidades
nesta situação.
Quem se livrou do colapso foi
Santana do Matos, no Central Potiguar. De acordo com a Empresa de Pesquisa
Agropecuária (Emparn), choveu 297,5 mm no município desde o começo do ano. As
chuvas fizeram com que o açude Rio da Pedra, que abastece a cidade, recebesse 1
milhão de metros cúbicos de água.
Assim, o açude que estava com
0,08% do volume total atingiu 8,62% da capacidade, que é de 13 milhões de
metros cúbicos. Os dados são do Igarn.
Ações emergenciais
A Caern também trabalha com ações
emergenciais como a construção de uma nova adutora para captação da água do
volume morto da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que atualmente, segundo o
Igarn, está com 10,99%, o que corresponde a 263,688 milhões de metros cúbicos.
Anteriormente às chuvas, estava com 10,84% da capacidade.
Portal no Ar
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