Considerado um dos políticos
de mais fácil acesso da imprensa potiguar, o senador Garibaldi Alves Filho,
presidente estadual do MDB, está em silêncio, justamente, quando jornais e
blogs começam a apontar que ele desistiu de disputar a reeleição para o Senado
Federal. Contudo, longe de ser uma decisão já tomada, a desistência é algo que
estaria sim sendo cogitada pelo parlamentar, pesando na tomada dessa decisão a
questão familiar, a idade e, claro, o aspecto eleitoral.
A questão da idade pesaria
pelo desgaste das idas semanas a Brasília e a agenda apertada no Rio Grande do
Norte. Além de ser um dos políticos mais frequentes nas sessões do Congresso em
Brasília, Garibaldi também tem uma agenda apertada no Estado, presente não só
em eventos políticos, mas até em missas e aniversários. E, com isso, familiares
também já começam a cobrar uma agenda mais “tranquila” para o senador, de 71
anos.
A família, inclusive, também
pesaria por outro aspecto, ligado mais a questão eleitoral. Desistir da
reeleição seria aumentar a competitividade da candidatura do prefeito Carlos
Eduardo Alves (PDT), primo dele, ao Governo do Estado. Pesquisas recentes
apontam que a chapa composta por Garibaldi, Carlos Eduardo e o senador José
Agripino (DEM) teria uma rejeição de 70% do eleitorado. E, segundo cientistas
políticos, boa parte dessa rejeição seria motivada pela presença de dois
“Alves” na chapa.
Além disso, abrir mão de
disputar a reeleição para o Senado, sem decidir ir para uma disputa pela Câmara
dos Deputados, seria para manter o projeto de reeleição do filho dele, o
deputado federal Walter Alves, também do MDB. E decidir ir para a Assembleia
Legislativa ajudaria, também, a reeleição de alguns deputados estaduais do
próprio partido, pela quantidade de votos que Garibaldi teria na disputa – em
2010, quando se elegeu para o Senado, teve quase 1 milhão de votos.
Há quem aponte, também, que
além de todas essas questões, o ponto judicial também estaria pesando na
decisão do senador. Hoje, Garibaldi Filho é alvo de uma denúncia no Supremo
Tribunal Federal por envolvimento em desvios de recursos da estatal Transpetro
e o fato de, na ação, estarem outros caciques do MDB, como Romero Jucá, faria o
potiguar está com receio de ser condenado “no bolo” de réus.
E caso deixasse de ser senador
e fosse eleito deputado estadual, Garibaldi forçaria o envio do processo para o
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, onde ele poderia ter mais
influência (e o processo teria, também, uma tramitação mais longa pela frente).
SILÊNCIO
A ideia de desistência de
Garibaldi Alves Filho teria espaço novamente diante da declaração do prefeito
Carlos Eduardo no início da semana, de que o projeto de reeleição do senador
não estaria garantido. “O que eu tenho
ouvido do senador Garibaldi e do senador Agripino é que eles não têm
candidaturas definitivas a reeleição. Eles podem não ser candidatos. Isso eles
têm colocado para mim”, afirmou Carlos Eduardo.
Após a declaração, o senador
foi procurado, mas não quis se pronunciar. Nem via assessoria de imprensa, mostrando
que se trata de um momento raro na trajetória de Garibaldi, sempre tão solicito
com a imprensa. Isso acabou reforçando as notícias repassadas por fontes, de
que a dúvida realmente existe na cabeça do senador.
Agora RN
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