O empresário Fred Queiroz
confirmou em depoimento à Justiça Federal nesta quarta-feira, 4, que recebeu R$
9.031.500,00 (destes, R$ 5 milhões em espécie) via caixa 2 para a campanha do,
então, candidato ao governo do Rio Grande do Norte, Henrique Eduardo Alves.
Também ex-secretário de Obras de Natal, Queiroz citou que houve ainda “compra
de apoio político” para juntar votos em benefício de Henrique.
Queiroz, todavia, afirmou
desconhecer a origem do dinheiro até o momento em que o Ministério Público
Federal deflagrou a Operação Manus, em junho de 2017. Ele explicou ainda que,
do dinheiro recebido em espécie, R$ 1 milhão foi entregue em uma mala por
Norton Domingos, assessor pessoal de Henrique, e outros R$ 500 mil foram
depositados na conta da empresa do ex-secretário de Obras de Natal, a Pratika.
O restante, conforme depoimento de Queiroz, foi repassado a pessoas indicadas
por Arturo Arruda e ao próprio publicitário (R$ 100 mil) em São Paulo.
O resto do dinheiro pago em
espécie (R$ 4 milhões), segundo Queiroz, teria sido sacado do Banco do Brasil
do Centro Administrativo e viabilizado pelo assessor Aluízio Dutra. O intuito
era “mobilizar” municípios potiguares a favor de Henrique em 2014.
Fred Queiroz, o primeiro a ser
ouvido nesta quarta-feira, foi parte da oitiva envolvendo os réus da “Operação
Manus”, que apura desvios na construção da Arena das Dunas, bem como
movimentação de propinas envolvendo empreiteras para auxiliar na campanha do ex-ministro
do Turismo. Ele negou que houvesse sido coagido a firmar acordo de delação
premiada com Ministério Público Federal.
Além do próprio Queiroz, são
réus na ação, Henrique Alves; Eduardo Cunha; o publicitário Arturo Arruda; o
ex-presidente da Odebrecht, Fernando Ayres e José Aldemário Pinheiro (Léo
Pinheiro), da OAS. Ele foi ouvido pelo juiz Francisco Eduardo Guimarães,
titular da 14ª Vara Federal.
Palavra de Ayres
Ex-presidente da Odebrecht,
Fernando Ayres afirmou em seu depoimento que a intenção da empresa era apoiar
um candidato ao governo do Rio Grande do Norte que estivesse de acordo com os
ideais da Odebrecht, bem como maleável a participar de iniciativas de
privatizações, como a Caern – este nome seria o de Henrique Alves.
Agora RN
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