Badaladas, praias do Nordeste deixaram de ter
monitoramento da qualidade das águas ou reduziram a frequência com que as
medições são feitas ao longo de 2018.
A situação atinge praias como as de Pipa e Maracajaú, no
Rio Grande do Norte, e Jericoacoara, no Ceará.
Os estados alegam que as medidas foram tomadas devido à
crise financeira do governo ou ao fato de as praias não apresentarem alterações
significativas na balneabilidade no período sem coleta.
No Rio Grande do Norte, 18 pontos deixaram de ter
monitoramento neste ano (33 locais foram analisados) por causa de restrições
orçamentárias. Os salários do funcionalismo público, por exemplo, têm sofrido
constantes atrasos.
Esses pontos sem análise eram monitorados em períodos de
pico, de dezembro a fevereiro, quando o estado recebe um grande fluxo
turístico.
Pipa, que em 2016 e 2017 foi classificada como boa, é uma
das três praias de Tibau do Sul que ficaram fora da medição neste ano —as
outras são Sibaúma e Barra de Guaraíras. Já em Maxaranguape, a praia de
Maracajaú —avaliada como regular nos dois últimos anos— não foi monitorada.
Ela é ponto de saída de barcos para os parrachos, que
ficam a sete quilômetros da costa, onde é possível mergulhar em meio a corais.
Na mesma cidade, Barra de Maxaranguape também ficou sem análise.
“Fazíamos uma maior quantidade de praias, abrangendo toda
a costa, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, mas devido à crise isso
não aconteceu entre 2017/18 e não vai acontecer de dezembro a fevereiro agora”,
afirmou Ronaldo Diniz, coordenador do estudo de balneabilidade pelo Instituto
Federal de Educação Tecnológica.
Também não tiveram avaliadas a balneabilidade praias de
Areia Branca (2), Tibau (2), Baía Formosa (2), Canguaretama (2), Jacumã (1),
Muriú (1), Touros (1), Macau (1) e Grossos (1). “Deveremos ampliar novamente o
monitoramento, mas com certeza não será agora”, afirmou.
O acompanhamento é feito pelo Idema (Instituto de
Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente), órgão do governo do estado, em
convênio com o instituto federal.
Além de recursos financeiros, o Idema fornece veículos
para a coleta, enquanto o instituto oferece laboratório, pessoal para coleta e
uma equipe multidisciplinar para análise.
De acordo com o coordenador, o ano foi marcado por boa
balneabilidade das praias potiguares –16 boas, 15 regulares e 1 péssima.
“Com a ausência de chuvas, tivemos menos descarga de
esgotos não tratados nas praias e consequentemente as praias estão mais
limpas”, afirmou.
Em Ponta Negra, mais famosa das praias de Natal, três dos
quatro pontos analisados foram classificados como regulares —apenas um foi bom,
ou seja, esteve próprio durante o ano inteiro. No ano passado, foram três
pontos bons e um regular.
Um dos pontos regulares neste ano é o do Morro do Careca,
tradicional ponto turístico da capital. Nos dois últimos anos, a balneabilidade
no ponto foi boa.
Já no litoral do Ceará, dos 67 pontos de coleta para o
monitoramento da balneabilidade, mais da metade deles não teve monitoramento
regular durante este ano.
Em Fortaleza, apenas 11 pontos de medição estiveram
ativos nos últimos meses.
Em 35 praias cearenses, houve monitoramento somente em
três semanas durante um ano inteiro.
A famosa praia de Jericoacoara, por exemplo, classificada
como boa, foi monitorada apenas em dezembro do ano passado e em fevereiro e
março deste ano.
A Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente),
responsável por realizar o exame de balneabilidade, informou que o número de
pontos monitorados varia de acordo com a quantidade de chuvas.
Conforme a Semace, a quantidade de aferições entre os
meses de junho e janeiro, período de estiagem, é reduzida porque são poucas as
variações de balneabilidade ocorridas no período.
Folhapress
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