Para conseguir ajuda da União
diante do quadro de calamidade financeira decretado nessa quarta-feira, 2, pela
governadora Fátima Bezerra (PT), o Estado deverá ter de privatizar a Caern e a
Companhia Potiguar de Gás (Potigás). Essas, inclusive, foram uma das imposições
da Secretaria do Tesouro Nacional ao então governador Robinson Faria (PSD), em
março de 2018.
“Veja bem: naquela época,
Robinson decretou a calamidade, assim como Fátima, mas o decreto não teve
eficácia. Isso porque o Estado não fez o que a União pediu. E olhe que o perfil
do novo presidente, Jair Bolsonaro (PSL), é de exigir muito mais do que isso”,
analisou José Dionísio Gomes, professor da UFRN que já ocupou a titularidade da
Controladoria Geral do Município de Natal.
De fato, o ministro da
Economia do presidente Bolsonaro, Paulo Guedes, declarou que as privatizações
são um dos pilares da nova gestão. E a Secretaria do Tesouro Nacional é uma das
pastas do ministério de Guedes.
Nessa quarta-feira, no dia em
que anunciou o decreto de calamidade financeira, Fátima Bezerra também marcou
reunião com o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. O contato deixou clara a
intenção da petista de contar com a ajuda da União.
“A União pode ajudar, mas
ajuda em troca de algo. Só que a gente não sabe o que a União vai pedir e o que
o Estado vai poder fazer. Então, devemos aguardar por essa tratativa da equipe
da governadora com a Secretaria do Tesouro”, enfatizou José Dionísio.
Questionado sobre a postura
esquerdista do partido de Fátima Bezerra que tende a ir contra as
privatizações, o professor declarou que a busca da governadora pela ajuda da
União já demonstra um desapego da ideologia petista. “A questão ideológica é
diferente da questão prática”, ressaltou.
Pelo Twitter, a equipe de
Fátima Bezerra informou que o secretário do Tesouro foi atencioso com o pleito
do Estado. A reunião com a equipe econômica dos Governos Federal e Estadual
ficou indicada para o início da próxima semana. A partir daí será possível
saber as condições da União para liberar ajuda ao RN.
Portal no Ar
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