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O ataque ao Banco do Brasil de
Macaíba, em 12 de julho de 2018, foi algo bem planejado por uma organização
criminosa que atua nesse tipo de crime em estados do Nordeste. A rotina do
grupo foi revelada pela Polícia Civil do RN em entrevista coletiva nessa
sexta-feira (8).
De acordo com o delegado Erick
Gomes, titular da Divisão Especializada de Combate ao Crime Organizado
(Deicor), o grupo, que tem origem paraibana, chegou ao Rio Grande do Norte
cerca de seis dias antes da ação criminosa. Eles se deslocaram para uma casa na
Praia de Búzios, no município de Nísia Floresta. No local, a quadrilha
aproveitou a praia, a piscina e outros luxos.
No planejamento, eles roubaram
cerca de sete veículos na Paraíba e trouxeram ao RN para executar a ação
criminosa. O grupo manda olheiros para observar como funciona a cidade, se tem
policial. “Eles levantam as vias de entrada, a rotina e a frequência do carro-forte
abastecendo a cidade”, explicou o delegado.
O policial civil contou também
o que eles fazem após o crime. “Eles atiram contra a base da PM para que os
policiais não saíam. Depois eles queimam os veículos e jogam grampos nas saídas
da cidade”, disse. “É o novo cangaço. Eles vão para matar ou morrer”, destacou
o delegado.
Algumas peças possuíam
diferentes funções. Um dos cabeças da quadrilha foi responsável por arquitetar
o crime em Macaíba. Segundo o delegado, ele alugou a casa, identificou o banco,
colocou os olheiros, traçou a rota de fuga e conseguiu as armas. O criminoso
também colocou os explosivos no cofre. Após ser preso, ele disse aos policiais
que nasceu para “matar, roubar e destruir”.
Um dos menores que era de
Macaíba, tinha a missão de observar a rotina do carro-forte na agência e também
do destacamento da Polícia Militar. De acordo com o delegado, as câmeras de
segurança registraram a circulação dele nas proximidades do prédio da PM. Já o
segundo menor, que é filho de outro nome importante da quadrilha, foi o
responsável por jogar os grampos nas estradas, a fim de limitar a ação policial
durante a fuga. O delegado disse que cada um recebeu R$ 5 mil pelos serviços.
Dentro do grupo criminoso
também há a participação de um ex-militar. Com conhecimentos avançados de armas
pesadas, ele era o responsável por fazer os disparos de fuzis contra os
policiais e o prédio da corporação. Além dele, mais três elementos davam o
apoio.
A Operação Ariús foi realizada
pela Deicor do RN em parceria com a Delegacia de Roubos e Furtos de Campina
Grande e de João Pessoa, além da Promotoria de Justiça de Macaíba.
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