Agentes faziam ronda no
entorno de Alcaçuz quando foram baleados por membros da própria equipe — Foto:
Ediana Miralha/Inter TV Cabugi
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"Uma falha de
comunicação". É assim que o secretário de Justiça e da Cidadania do Rio
Grande do Norte (Sejuc), Pedro Florêncio Filho, classifica os tiros que
atingiram o coordenador de Administração Penitenciária Dhayme Araújo da Silva.
'PQD', como é mais conhecido, levou três tiros de fuzil na noite do sábado de
carnaval, momento em que realizava uma ronda na área de acesso do Complexo
Penitenciário de Alcaçuz, em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Um segundo
agente penitenciário também foi ferido. Os tiros, ainda de acordo com o
secretário, partiram da própria equipe que participava da ação.
Na manhã desta segunda (11),
ao G1, o secretário falou sobre o ocorrido e explicou, na versão que ele
recebeu, como a falha aconteceu. "Isso nós podemos afirmar. Houve uma
falha de comunicação", pontuou. "Os tiros que atingiram os agentes
partiram da própria equipe em que eles estavam, momento em que realizavam uma
roda no entorno da penitenciária. O Dhayme estava com o Grupo de Operações Especiais
(GOE), que é uma unidade de elite da Sejuc. Todos são agentes experientes e se
conhecem muito bem. O problema foi, realmente, de comunicação", reforçou.
Ainda de acordo com Pedro
Florêncio, a ronda foi feita por duas equipes, que ocupavam duas viaturas. Em
determinado momento, no final da noite, as equipes se separaram. Foi quando
Dhayme e outros agentes saltaram do carro em que estavam e entraram numa região
de mata, próximo a uma estrada que dá acesso a Alcaçuz. "Na volta da mata,
quando retornavam para a estrada, foi que houve a falha de comunicação. Ou
seja, nem o Dhayme nem a equipe dele avisaram que estavam saindo da mata. E
estava muito escuro. Foi quando os tiros foram disparados", afirmou.
O secretário confirmou que
Dhayme levou três tiros de fuzil, e que um outro agente também acabou atingido.
"Ambos se recuperam bem", disse. "O Dhayme continua internado no
hospital, mas a recuperação dele é considerada muito boa. Até onde sabemos ele
não está mais sedado. Graças a Deus não aconteceu o pior e ele vai se
recuperar. Ele é um dos melhores agentes penitenciários do estado. É muito
qualificado e preparado. Infelizmente, houve essa falha de comunicação, mas
tudo vai acabar bem", ressaltou Florêncio.
Coordenador interino
Quanto aos tiros, o secretário
frisou que cabe à investigação da Polícia Civil apontar as responsabilidades e
eventuais punições. Pedro Florêncio disse que, a princípio, os agentes que
participaram da ronda não devem ser afastados de suas funções, mas um
coordenador interino será nomeado ainda nesta semana.
"O Dhayme tinha total
autonomia para promover operações e rondas no entorno da penitenciária. Afinal,
ele é o coordenador, e não precisa de nossa autorização prévia para este tipo
de ação. O que houve foi uma falha de comunicação. Como ele está internado, e
por questão de saúde não pode ser exonerado. Então vamos publicar uma portaria,
ainda nesta segunda (11), nomeando um interino para a função dele na
Coordenadoria de Administração Penitenciária. E esta pessoa será a adjunta dele,
que é um agente penitenciária que conhece bem o sistema", acrescentou.
Investigação
As investigações que apuram as
responsabilidades pelos disparos que atingiram os agentes foram abertas na
semana passada pelo delegado Ernani Júnior, da Divisão de Homicídios e Proteção
à Pessoa (DHPP). "Ainda preciso de um tempo para ler os depoimentos e entender
como tipificar o procedimento”, disse o delegado.
Em nota, ainda na semana
passada, a assessoria de comunicação da Sejuc soltou uma nota informando que o
quadro de saúde do agente Dhayme Araújo seguia estável e em tratamento
intensivo no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Além disso, disse que "o
processo penal irá subsidiar o administrativo e que o Ministério Público está
acompanhando passo a passo todas as movimentações e medidas adotadas".
G1RN
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