O homicídio do agente
penitenciário federal Henri Charle Gama e Silva, ocorrido em Mossoró no ano de
2017, começou a ser planejado pelo PCC três anos antes. É o que consta na
denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) do Rio Grande do
Norte contra cinco pessoas acusadas da morte.
“Desde 2014, já havia uma
movimentação junto à cúpula do PCC, com a emissão de um ‘salve’ [comunicado],
no sentido de planejar ações que demonstrassem o descontentamento da facção com
o que eles chamam de ‘opressão’”, diz o MPF.
De acordo com reportagem
publicada pelo UOL, nesta segunda-feira, 8, o ‘salve’ de 2014 foi encontrado no
ano seguinte entre os pertences do criminoso Anderson Conceição de Lira, o
Profeta, morto durante uma operação realizada por policiais militares em 18 de
novembro de 2015 em uma chácara de Salto, no interior de São Paulo. Na mesma
ocasião, foi preso o membro encarregado pelo PCC de colocar o plano em prática,
de acordo com as investigações da PF (Polícia Federal): Eduardo Lapa dos
Santos.
No ano de 2015, a mando de
Lapa, um antigo companheiro de cela dele, Jailton Bastos de Souza, potiguar de
nascimento, passou as ordens à esposa, Gilvaneide Dias Mota Bastos, para
comprar uma casa próxima da Penitenciária Federal de Mossoró. O objetivo era o
de monitorar a rotina dos agentes, a partir de um ponto de observação, e assim
escolher o alvo. Ela teve ajuda de Maria Cristina da Silva, de quem é irmã.
Encontrado o local, entrou em
cena outro membro da facção: Edmar Fudimoto, o “Japonês”. Denunciado por
tráfico de drogas em São Paulo, ele se apresentou como comprador aos donos da
residência escolhida. O pagamento total de R$ 60 mil foi feito por Lapa, a
partir de depósitos feitos em agências bancárias da cidade de Salto, onde ele
seria posteriormente preso.
A outra parte do plano, após a
escolha do alvo, foi infiltrar Maria Cristina como empregada doméstica de Henri
Charle e sua família. Ela passou a informar Lapa sobre todos os movimentos do
agente até o dia escolhido para matá-lo.
Por volta das 16h do dia 12 de
abril de 2017, uma quarta-feira, o agente penitenciário federal Henri Charle
Gama e Silva estava sentado em uma das cadeiras do bar Pais e Filhos, nas
proximidades de casa, quando pelo menos dois homens desceram de um Fiesta
branco e começaram a atirar com pistolas. Atingido pelas costas, ele conseguiu
correr e tentou se abrigar atrás de um carro estacionado, porém um dos
atiradores o alcançou. O assassino acertou um disparo à queima-roupa abaixo da
orelha direita da vítima e outro no topo do crânio e fugiu de carro com outros
comparsas. O agente morreu no local.
A única peça do quebra-cabeça
que não foi desvendada pela PF é a identidade de quem efetuou os disparos que
vitimaram Henri Charle. Lapa, Jailton, Maria Cristina e Gilvaneide negam
participação no crime. Edmar está foragido. Os cinco irão a júri popular por
decisão da Justiça Federal.
Portal no Ar com UOL Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente