Nos últimos anos, os avanços
da oncologia revolucionaram a forma de tratar o câncer. Em 2018, dois
pesquisadores ganharam o Prêmio Nobel de Medicina por seus estudos com a
imunoterapia, um tratamento inovador que usa o próprio sistema imunológico do
indivíduo para combater os tumores.
Com a evolução da pesquisa
ligada ao sequenciamento do genoma humano, uma nova perspectiva foi aberta nos
ramos da oncogenética e da oncologia de precisão, com testes e terapias
personalizados para cada paciente.
As conquistas da medicina têm
permitido afastar a associação do diagnóstico da doença com uma sentença de
morte e, efetivamente, curar muitos tipos de tumores.
O pesquisador japonês Tasuku
Honjo, premiado com o Nobel, fala sobre as vantagens da imunoterapia em relação
aos tratamentos tradicionais. “Primeiro, a imunoterapia tem muito menos efeitos
colaterais. A segunda vantagem é que o seu efeito dura mais tempo. Em terceiro
lugar, esse tratamento é eficaz em praticamente todos os tipos de câncer”,
afirma.
Para ele, a imunoterapia será
a principal droga para o tratamento da doença no futuro: “Exatamente como
aconteceu com a penicilina. Inicialmente ela não curou todas as doenças
infecciosas, porém uma série subsequente de antibióticos finalmente conseguiu
banir quase todas as principais doenças infecciosas na nossa sociedade. É isso
que espero”.
A imunoterapia foi a última
alternativa no tratamento do jornalista David Coimbra, que descobriu um câncer
no rim já com metástase para os ossos. “O médico disse: olha, se tudo der
certo, você tem mais cinco anos no máximo”. O prazo já passou e os tumores de
David regrediram graças à terapia, a que ele teve acesso ao ser selecionado
para participar de um estudo clínico em Boston, nos Estados Unidos.
A aposta dos médicos é que a
ciência caminha para descobrir novas formas de prevenção e tratamentos menos
invasivos, que permitam ao paciente conviver com a doença.
“Eu acho que nesse dia vai ser
difícil morrer de câncer. Ele é uma doença vinculada à evolução da espécie,
nunca vai desaparecer da nossa vida. Mas que a gente pode derrotá-lo? Ah,
pode!”, aposta Bernardo Garicochea, especialista da Sociedade Brasileira de
Oncologia Clínica.
Catraca Livre
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