Marcus Vinícius, delegado da
DHPP, fala sobre massacre de Alcaçuz — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi
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Responsável pelas
investigações a respeito do massacre de Alcaçuz, em janeiro de 2017, o delegado
Marcus Vinícius, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), admitiu
que o número de 26 mortos na ocasião ainda pode aumentar, dois anos e meio depois.
Em mutirão realizado no Presídio Rogério Coutinho Madruga, a Polícia Civil
ouviu mais de 200 presos ao longo dos últimos três dias.
Em entrevista ao telejornal
Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi, o investigador apontou que, mesmo passado tanto
tempo, novas informações surgem a cada dia, o que torna a investigação tão
demorada. Ele também ressaltou que ainda existem presos desaparecidos. Veja o
vídeo acima.
"Pode mudar (o número de
mortos). Pode ser modificado. Tem ainda um grupo de desaparecidos, informado
pelo próprio sistema (penitenciário). E não se sabe exatamente: eles estão como
foragidos, ou foram mortos e enterrados? Até agora a nossa comissão de
delegados, que investiga o caso, entende que ali eles não queriam enterrar
ninguém, esconder nada. Naquele dia 14 e o dia 15 de janeiro (de 2017), quando
nós tivemos acesso às instalações, ali foi feita a perícia de local de crime,
foi feito o levantamento inicial de 26 corpos. Então ali eles não tiveram tempo
de enterrar, esconder ninguém. A gente acredita que foi aquele número. Agora,
no decorrer daquela semana pode ter alguma coisa. É isso que nós estamos
tentando encontrar", afirmou.
A resposta ocorreu após o
delegado ser questionado porque usava o termo "pelo menos", sempre
que se referia aos 26 presos confirmadamente mortos na ocasião.
Ainda de acordo com o
delegado, alguns detentos ouvidos durante as investigações afirmaram que havia
corpos enterrados, porém as buscas não encontraram nada. "O que surge é
que alguns que foram mortos, eles colocaram nas fogueiras que foram feitas e
viraram cinzas. Essa é que é a dificuldade", pontua.
O delegado ressalta,
entretanto, que ainda há a possibilidade que presos desaparecidos tenham fugido
do presídio durante o massacre e, atualmente, se passem por mortos, assumindo
identidades falsas em outros lugares. "Tanto que as famílias desses
desaparecidos, agora não nos procuram mais", aponta. Questionado sobre o
número de desaparecidos, Marcus Vinícius diz que não tem o número mais
atualizado sobre o assunto.
Na entrevista, o delegado
ainda explicou que a quantidade de envolvidos e a falta de colaboração de
alguns do envolvidos dificulta o andamento da investigação. "É uma
complexidade, uma batalha campal em que agredido e agressor estavam com a mesma
roupa", lembra.
Ainda de acordo com o
delegado, não está definido quantas pessoas serão indicadas pelos crimes. Em
tese, os integrantes da facção que invadiu o pavilhão 4 de Alcaçuz seriam os
agressores e os integrantes da outra facção, os agredidos.
A perspectiva é concluir a
fase de oitivas até o fim de julho e fazer o relatório do inquérito em agosto.
O delegado prefere não estipular uma data para a conclusão desse processo.
G1RN
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