O 5G é uma realidade cada vez
mais concreta. Estados Unidos e Coreia do Sul já detém a tecnologia que traz
alta velocidade de transferência e um novo padrão de internet móvel. Porém,
junto com a evolução também vem o medo.
Muito se fala dos perigos que o 5G pode fazer ao ser humano,
principalmente relacionado a saúde. Será?
Bom… o temor já é visível.
Recentemente, um projeto de lei foi apresentado à Assembleia Legislativa de
Santa Catarina que quer proibir testes e a instalação da tecnologia 5G no
estado. O projeto se baseia em um vídeo que mostra centenas de pássaros mortos
em Haia na Holanda, supostamente causados pela radiofrequência da rede de
internet de quinta geração. Na verdade, o vídeo citado pelos deputados, nada
mais é que uma notícia infundada, já que as mortes dos pássaros não
apresentaram nenhuma evidência que foram motivadas pelos testes de 5G.
Calma, que não é difícil de
entender. Já que o 5G é uma evolução do 4G, ele traz algumas diferenças e
mudanças para o cenário de telefonia. Todos celulares usam onda de rádio e,
para o 5G, serão usadas as ondas milimétricas, que são ondas bem mais altas que
as emitidas pelo 4G com mais de 24 GHz. Para comparar, a frequência mais alta
do 4G é de 2,6 GHz, ou seja, 10 vezes menor.
Então, por ser mais alta, essa onda é mais perigosa? Ao contrário. Por
serem mais altas, elas possuem mais dificuldade de penetração.
Por isso, que a instalação do
5G vai demandar muitas antenas espalhadas pelas cidades para conseguir chegar
nas casas e prédios, já que as ondas vão ter mais dificuldades para atravessar
paredes e obstáculos sólidos.
Nesse momento de tanta
informação, e interesses comerciais, muitas notícias acabam se espalhando e
gerando uma grande preocupação com o avanço da tecnologia 5G. Dito isso, qual
seria então a origem desse boato? As críticas ao novo padrão são todas baseadas
no mesmo estudo, o Microwave Absorption in Brain Tissue ou Absorção de
Microondas em Tecido Cerebral, que aponta o Wi-fi, os celulares e ondas de
rádio como prejudiciais ao nosso encéfalo e causadores de câncer. Ele foi
elaborado pelo consultor e físico Bill Curry, no ano 2000. Só que os testes que
ele fez foram diretamente em células e, por isso, ele não considerou um fator
que faz toda a diferença: a proteção da pele e músculos do homem. Mesmo assim,
isso não quer dizer que tudo que vemos falar sobre isso sejam teorias da
conspiração.
É importante lembrar que já
convivemos com frequências altas de rádio há certo tempo, como nos telefones
sem fio e o forno microondas. Se essas ondas de rádio estivessem muito
incisivas a ponto de desenvolver o câncer, todo esse tempo de convívio mostraria
um grande aumento no número da enfermidade, e não é isso que acontece.
Nos resta aguardar e ficar de
olho nessa tecnologia. Ano que vem, o Brasil vai leiloar partes importantes do
espectro de frequências e, para o 5G, as faixas que estão sendo estudadas são
as de 2,3 GHz, 3,4 GHz e 26GHz. O leilão deve movimentar 20 bilhões de reais
para a Anatel.
Olhar Digital
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