O Brasil registrou 57.341
homicídios ao longo de 2018, o equivalente a 157 casos por dia, de acordo com
dados divulgados nesta terça-feira, 10, pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. O número representa uma queda de 10,4% em relação aos registros de
2017, ano em que a briga entre facções fez a violência no País bater recorde.
A quantidade de assassinatos
do ano passado é a menor desde 2013 e a taxa de 27,5 por 100 mil habitantes, a
menor desde 2011. A letalidade policial foi o índice a apresentar alta (20,1%)
e chegou a 6.220 casos, o equivalente a 17 mortes por dia.
Os dados são compilados pelo Fórum a partir dos registros policiais de cada Estado e levam em consideração casos de homicídios dolosos (quando há intenção de matar), latrocínios (roubo seguido de morte), lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenção policial. A redução é a primeira notada desde 2015.
De acordo com o relatório, a
queda de homicídios ocorreu em 23 das 27 unidades da federação, em todas as
regiões do País. A redução foi proporcionalmente mais acentuada no Acre (-25%),
mas foi em Pernambuco (-23,4%) que a queda teve maior peso: entre 2017 e 2018,
o Estado teve 1.257 homicídios a menos, quase 20% de toda a redução nacional.
Também tiveram reduções significativas nas taxas os Estados de Minas (-21,4%),
Rio Grande do Sul (-21%) e Alagoas (-19,8%). A menor taxa pertence a São Paulo,
9,5.
“A queda retoma o patamar
anterior a 2014, que já era alto. A redução, então, não significa que
conseguimos mudar a situação de forma significativa, mas que a crise vista em
2016 e 2017 foi em parte superada”, disse o diretor-presidente do Fórum, o
sociólogo Renato Sérgio de Lima. Na outra ponta, quatro Estados tiveram alta na
violência, destoando do cenário nacional. Todos são da Região Norte (única
região a aumentar sua taxa em 2018): Roraima, Tocantins, Amapá e Pará.
A taxa de assassinatos por 100
mil habitantes teve alta de 65% em Roraima, em meio a uma crise humanitária na
vizinha Venezuela, e chegou a 66,6, a maior do País. O Rio Grande do Norte, que
havia ficado na liderança desse ranking de violência no ano passado, reduziu
sua taxa de 67,2 para 55,4 e passou para a terceira posição.
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