Cientistas na África do Sul
encontram evidências que suportam a teoria de que um choque de meteoros contra
nosso planeta há cerca de 12.800 anos foi responsável por mudanças climáticas
súbitas que levaram à extinção em massa da megafauna no Pleistoceno e
influenciaram a evolução da humanidade.
Batizada de “Hipótese de
impacto no Dryas recente”, a teoria estipula que fragmentos de um imenso
meteoro com cerca de 4 km de comprimento, apelidado de “Cometa Clóvis”,
atingiram regiões da América do Norte, Europa e Ásia. Isso teria causado uma
súbita variação climática, iniciando uma “mini era do gelo” que levou à
extinção da megafauna (como preguiças gigantes e mamutes) e causou o fim de uma
das primeiras culturas humanas nas Américas, a chamada “Cultura Clóvis”.
Analisando depósitos minerais
em um local chamado Wonderkrater, na África do Sul, um grupo de pesquisadores
liderado por Francis Thackeray do Instituto de Estudos Evolutivos da
Universidad de Witwatersrand em Johannesburgo, África do Sul, encontrou sinais
de um “pico” súbito na quantidade de platina no solo há 12.800 anos. Tais picos
são sinais comuns de colisões com meteoros.
Segundo os cientistas, a
descoberta em Wonderkrater coincide com eventos similares em 25 outros locais
em todo o mundo (a maioria no hemisfério norte), o que reforça a hipótese de um
grande impacto. A poeira e fuligem levantada por este evento seria suficiente
para bloquear a luz do sol por décadas, fazendo com que as temperaturas
despencassem: estudos mostram que neste período a temperatura média na
Inglaterra era de -5 ºC.
As mudanças causadas pelo
impacto também influenciaram a humanidade. A evidências de que o surgimento da
agricultura no leste do mediterrâneo tenha ocorrido nesta época, como uma forma
de garantir a subsistência de populações diante da menor quantidade de caça e
vegetação silvestre.
Olhar Digital com El Comercio
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