Um dos principais assuntos
debatidos durante a sessão ordinária desta quarta-feira (23) na Assembleia
Legislativa foram os prejuízos causados pelas manchas de óleo encontradas nas
praias do Nordeste, em especial no Rio Grande do Norte.
O deputado estadual Vivaldo
Costa (PSD) se mostrou bastante preocupado com a situação econômica e de saúde
pública em função do derramamento de óleo nas praias do Rio Grande do Norte, e
considerou de interesse público, em virtude do grande número de pessoas
atingidas pelo crime ambiental.
Segundo Vivaldo, vários
setores e comunidades como turismo, saúde, ambulantes, nativos e pescadores,
entre outros, já contabilizam prejuízos grandiosos. “Depois desse problema, não
tem quem queira viajar para as praias do Nordeste. Não tem quem queira comer o
peixe pescado nessas praias. Os ambulantes que vendem nas praias não estão
tendo a quem vender. São mais de 150 mil pessoas, em dezenas de cidades, que
estão sendo prejudicadas diretamente com esse problema, que não é só deles e
sim de todo o povo brasileiro”, discursou Vivaldo Costa.
Vivaldo Costa destacou que o
problema, apesar de acontecer no Nordeste, é nacional e precisa da junção de
forças de todos os governos e da sociedade civil organizada. “Precisa ser um
trabalho articulado do governo do Estado, do governo Federal, Ministério
Público, e de todos, porque o que estamos vendo é um trabalho feito por poucos
e ainda ineficiente”, criticou.
Ainda em seu discurso
informando que, de acordo com a coluna da Tribuna do Norte, do jornalista
Cassiano Arruda, o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão,
destacou cinco mil homens do exército para o trabalho de contenção e limpeza
das manchas de óleo nas praias do Nordeste.
Finalizando seu discurso,
Vivaldo Costa, mudou de assunto para destacar a necessidade de se combater
também o mosquito Aedes Aegypti, que tem vitimado milhares de pessoas com a
doença chikungunya.
Por sua vez, o deputado Sandro
Pimentel (Psol) criticou o governo Federal pela falta de celeridade em combater
as manchas de óleo que estão avançando nas praias do Nordeste. O parlamentar
disse que o governo Jair Bolsonaro passou mais de 50 dias para tomar “uma única
providência”.
“O Nordeste historicamente tem
sido discriminado, por todos os governos, independentemente da bandeira. É
visto com um olhar diferenciado, não o olhar que o povo nordestino merece e
precisa e o atual presidente já começou o mandato fazendo piada com o
nordestino, me parece que não conhece a história de bravura do povo
nordestino”, criticou o parlamentar.
Sandro afirmou que o plano
anunciado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, do Exército contribuir com a
limpeza das praias, auxiliando a retirar o óleo, surgiu mais de 50 dias depois
do problema ter emergido e não irá resolver. “É muito pouco, isso não é quase
nada para o governo Federal”, lamentou Sandro.
O parlamentar afirmou que
presta solidariedade a todas as ONGs e pessoas das próprias comunidades que vem
atuando voluntariamente, deixando suas casas para fazer um trabalho que não é
de sua responsabilidade. “Se fosse um problema no Sudeste não sabemos se seria
nesse mesmo ritmo a ajuda do governo, espero que seja célere e comece a fazer
urgentemente o seu papel”, disse Sandro, que questionou também em qual tempo
haverá o ressarcimento às prefeituras pelos custos que estão tendo na ação de
remoção do óleo.
Por último a deputada Isolda
Dantas (PT) também criticou a lentidão nas ações do governo federal para conter
o derramamento de óleo. Isolda disse que não há confirmação de que seja oriundo
da Venezuela e ainda que fosse “isso não exime o governo”.
A deputada disse que o que é
preciso fazer, é primeiro compreender o problema e construir ações para salvar
o litoral nordestino. “Aqui temos mais de 40 praias atingidas pela mancha de
óleo e antes do governo querer culpar a Venezuela, deveria ter uma ação
imediata de proteção às nossas praias”, disse.
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