Nesta terça-feira, 8, parte do
Rio de Janeiro a primeira missão comandada por instituições de pesquisa
nordestinas rumo à Antártica. A iniciativa, que ganhou o nome Proantar
Nordeste, vai explorar áreas na região para identificar diversos aspectos, das
características atmosféricas à biodiversidade existente nas águas.
O projeto é coordenado por
programas de pesquisa das universidades federais da Bahia e de Pernambuco, com
parcerias com outras instituições, como as universidades federais do Rio Grande
do Norte, do Rio de Janeiro e instituições de ensino da Itália, Japão e Estados
Unidos. No total, 10 pesquisadores farão parte da missão.
Serão duas campanhas, ou
“pernadas”, como investigadores do tema chamam. A primeira irá do Rio de
Janeiro até Punta Arenas, no Sul do Chile. A segunda partirá da cidade chilena
até a Antártica no início de novembro. A perspectiva é que a missão retorne no
fim do mês que vem.
Segundo o coordenador do
projeto, professor Moacyr de Araújo Filho, da UFPE, as áreas que serão estudadas
são marcadas por redemoinhos fortes, com propriedades “diferenciadas”. “Uma das
propriedades é a biodiversidade maior nesses grandes vórtices. Esta
biodiversidade faz com que essas regiões se tornem oásis de biodiversidade no
oceano”, explica o acadêmico.
O intuito é compreender porque
a área, denominada “região de Confluência Brasil-Malvinas” (CBM), é formada por
essa riqueza de biodiversidade. Para isso, pretende analisar diversos aspectos
dessa área, como propriedades físicas, químicas, biológicas e atmosféricas nos
locais objeto da investigação.
Tais estruturas, acrescenta
Araújo Filho, interferem no balanço da troca de gás carbônico e de calor entre
oceano e atmosfera, além de impactar no transporte de espécies de um oceano
para outro. “Temos uma relação direta entre a missão e mudanças do clima, além
da importância da pesquisa sobre a riqueza da biodiversidade dos oceanos”,
complementa o coordenador do projeto.
Agora RN
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