“Eu não tinha mais esperanças.
Cheguei a acreditar que ele nunca pagaria pelo que fez comigo. Então, depois de
24 anos, soube que ele tinha sido preso. Agora me sinto mais aliviada”. O testemunho
é de uma potiguar de 36 anos que foi estuprada quando criança, e que mesmo após
mais de duas décadas ainda busca forças para curar as dores do passado. Forças
que, por meio de um projeto pioneiro e único no país, o Ministério Público do
Rio Grande do Norte está ajudando a encontrar.
Combater a impunidade é a
missão principal do projeto ‘Memória’. Criado em 2017, ele é desenvolvido no
estado pela Coordenadoria de Investigações Especiais do Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). E os objetivos são justamente
estes: desengavetar crimes antigos, quase que totalmente esquecidos, capturar
os foragidos e levar os criminosos a julgamento.
“Eu era apenas uma criança,
mas jamais vou esquecer o que houve. Agora, sabendo que ele vai pagar pelo
crime que cometeu, isso me ajuda muito a aguentar a dor. E isso eu devo aos
promotores que não deixaram o caso que aconteceu comigo sem uma resposta. Obrigada!”,
agradeceu a mulher.
A vítima do abuso, que hoje
mora em uma cidade da região Oeste potiguar, disse ao G1 que não quer ser
identificada. “E ela tem todo o direito de permanecer no anonimato, de se
resguardar, de ser preservada. O que não pode é o criminoso fugir e ficar
impune. Este sim, precisa ser encontrado, levado a julgamento e devidamente
punido nas formas da lei”, ressaltou o promotor Fausto França, coordenador do
Gaeco.
G1RN
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