Com o reajuste médio de 4% nos
preços da gasolina vendida pela Petrobras nas refinarias, anunciado nesta
quarta-feira pela estatal, o combustível acumula alta de 28% no ano. De acordo
com dados levantados pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o preço
da gasolina para os distribuidores passou de R$ 1,5087 o litro no dia 2 de
janeiro último, para R$ 1,9291 ontem. Já o óleo diesel, que representa boa
parte do custo de caminhoneiros, subiu menos no ano: 19%.
O diesel não teve o preço
elevado. O último reajuste foi no dia 19. O combustível é vendido em torno de
R$ 2,2038 por litro nas refinarias, contra R$ 1,8545 no primeiro dia útil do
ano.
Edmar Almeida, professor do
Instituto de Economia da UFRJ, avalia que a Petrobras está recompondo os preços
da gasolina, que até outubro estavam abaixo das cotações internacionais,
enquanto os preços do diesel ainda estão acima. Segundo o CBIE, no último dia
19 o diesel estava 3,6% mais caro em relação às cotações internacionais, e a
gasolina era 6,4% mais barata.
— Não acredito que a Petrobras
esteja represando os reajustes do diesel — diz Almeida.
A Petrobras precisa manter os
preços alinhados à cotação internacional para não ter prejuízo na importação de
derivados. Por isso, David Zylbersztajan, consultor e ex-diretor-geral da
Agência Nacional do Petróleo (ANP), também diz ser difícil que a estatal esteja
represando o preço do diesel:
— Não acredito porque causaria
distorções dentro da própria companhia, criando um desbalanceamento em sua
estratégia de preços dos combustíveis.
A Petrobras explicou que, além
das variações do câmbio e das cotações internacionais, os reajustes também consideram
as condições de mercado específicas de cada produto e a análise do ambiente
externo, permitindo à companhia competir de forma mais eficiente. “Dessa forma,
a exemplo do que se observa em outros países, as variações dos preços de
gasolina e diesel ocorrem de forma independente.”
O GLOBO
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