O marco zero da mancha de óleo
que atinge as praias do Nordeste brasileiro desde o início de setembro foi
localizado entre os dias 23 e 24 de outubro. A mancha original tinha 200
quilômetros de extensão e estava a pouco mais de 700 quilômetros da costa
brasileira. O mapeamento do local exato onde o vazamento começou foi feito pela
empresa Hex Tecnologias Geoespaciais.
“Nos interessamos por esse
tema e começamos a fazer essa investigação. Usamos diversos tipos de imagens
provenientes de satélites ópticos e de radar. Fomos montando um exercício dia a
dia para o passado, até que nos deparamos com a mancha, o ponto zero”, explicou
Leonardo Barros, diretor-executivo da empresa.
Os técnicos da empresa
encontraram o ponto inicial da mancha seguindo o rastro do óleo, utilizando
imagens de dias anteriores até chegar à resposta. Em seguida, buscaram o navio
que, supostamente, vazou o óleo. Foram feitos cruzamentos de imagens de radar
com os sinais Automatic Identification System (AIS) emitidos pelos navios.
“Neste momento nós conseguimos
achar uma determinada embarcação que coincidiu a data, localização e
trajetória”, disse Barros. Segundo ele, não foi identificado nas imagens de
satélite de radar nenhum navio “fantasma”, ou seja, embarcação navegando sem um
sinal AIS correspondente.
Ontem (1º), a Polícia Federal
anunciou que o navio é proveniente da Grécia. A embarcação grega teria atracado
em 15 de julho na Venezuela, onde ficou por três dias antes de seguir para
Singapura, via África do Sul.
Barros disse que cessou o
monitoramento assim que o navio chegou à África do Sul, mas disse ser possível
precisar a localização atual da embarcação com as mesmas técnicas de
monitoramento.
Os estudos da Hex foram
entregues à Polícia Federal no dia 25 de outubro. As investigações, que
começaram no final de setembro de forma espontânea, passaram a ser acompanhadas
pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “A Abin nos contatou e nos questionou
se tínhamos algum know how [para auxiliar nas investigações] e dissemos que já
estávamos fazendo essas análises. Quando tivemos a primeira informação da
mancha, informamos a Abin e ela nos orientou a destinar todo o resultado desse
trabalho para a Polícia Federal”.
Agência Brasil
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