Garantindo maior rapidez e
eficácia no diagnóstico, o Laboratório Central Doutor Almino Fernandes
(Lacen-RN) voltou a realizar exames de raiva animal. Por cerca de cinco anos,
as amostras estavam sendo enviadas para o Lacen da Bahia, em função de
problemas no andamento da reforma do laboratório de raiva animal no Lacen-RN.
Dessa forma, os resultados dos
exames que antes levavam de 15 a 20 dias para serem concluídos podem agora ser
obtidos em até 72 horas. “O retorno das análises no RN é de grande importância
para a vigilância, já que possibilita uma maior celeridade das respostas.
Assim, é possível evitar o uso desnecessário dos imunobiológicos utilizados, em
caso de contato com animais suspeitos de raiva. Por exemplo, quando alguém leva
uma mordida de um cachorro de rua, precisando, assim, receber o esquema vacinal
e sorologia contra raiva de forma preventiva, pode suspender o tratamento ao se
confirmar um diagnóstico negativo para a doença”, explica o coordenador do
laboratório de raiva animal do Lacen-RN, o veterinário Paulo Ferreira.
Segundo o coordenador, essa
economia do soro antirrábico é especialmente importante no atual cenário, no
qual o país enfrenta problemas no abastecimento do insumo devido à falta de
adequações necessárias, por parte de dois dos três laboratórios produtores do
soro, para cumprir as normas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Essa situação só deverá ser regularizada a partir de
janeiro de 2020.
Dados
De acordo com o mais recente
boletim epidemiológico da raiva no RN, divulgado pela Subcoordenadoria de
Vigilância Ambiental (Suvam), até 1º de novembro de 2019, foram confirmados,
por diagnóstico laboratorial, 77 animais com a doença: 67 morcegos, cinco
raposas, dois bois, uma égua e dois cães.
Os casos foram registrados em
26 municípios do RN, entre os quais se destacam, por maior ocorrência, Santo
Antônio (12), Caicó (12), Parnamirim (9), São Tomé (7) e Macaíba (6). Durante
todo o ano de 2018 foram registrados 35 morcegos positivos para raiva no RN.
Orientações
A raiva é transmitida pela
saliva do animal infectado – principalmente, cão e gato, ou de animais
silvestres, como morcego e sagui – através da pele ou mucosas, seja por
mordedura, arranhadura ou lambedura. A principal forma de prevenção é a
vacinação de animais domésticos e de pessoas que foram expostas ao risco.
A orientação da Sesap é para
que as vítimas de mordeduras lavem o local com água corrente e sabão e procurem
imediatamente a unidade de saúde mais próxima. O vírus rábico é muito sensível
a agentes externos e ao lavar o ferimento com água corrente e sabão, ou outro
detergente, isso diminui, comprovadamente, o risco de infecção.
Portal no Ar
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