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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

FERIADO SANTO E MARTIRES DE CUNHAÚ E URUAÇU – Existe outra versão?

Recebo e-mail, do pastor João Maria Martins, que publico na íntegra, a seguir:

Um dos maiores massacres nos anais da história humana no que concerne à intolerância religiosa é à noite São Bartolomeu. Uns dos episódios mais sangrentos á história no século XVI. Atribui-se ou responsabiliza-se os príncipes franceses católicos por esse fato de repressão contra os protestantes. Li em alguns comentários católicos que existe outra versão. Que não passou de uma disputa familiar pelo poder político na França, por motivos meramente políticos, e que não foi a Igreja e nem o Papa, e nem o alto clero francês que determinaram esse massacre. E assim, tem sido disseminado por muitos historiadores católicos. Sou um admirador do pensamento livre, apesar de convicções e crenças alojadas em meu coração, não me cabe bater o martelo nesta ou em qualquer história de tragédias envolvendo católicos, protestantes, muçulmanos ou outros segmentos religiosos.

Pesquisando sobre os mártires
Decidi pesquisar também sobre um dos principais feriados de nosso estado, os mártires de Cunhaú e Uruaçu. Há outra versão nesta história? Os fatos são realmente como são relatados pela história segundo o catolicismo? A história relata que em 16 de junho de 1645, o pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por mais de 200 soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis participavam da missa dominical, na capela de Nossa Senhora das Cadeias, no Engenho Cunhaú - no município de Canguaretama, localizado na zona agreste do Rio Grande do Norte. Por seguirem a religião católica, tiveram que pagar com a própria vida o preço da fé, por causa da intolerância de protestantes calvinista invasores em nossa costa/RN. Três meses depois, aconteceu outro martírio, onde 80 pessoas foram mortas por holandeses. Este morticínio aconteceu na comunidade Urucu, em São Gonçalo do Amarante - a 18 km de Natal, litoral do Rio Grande do Norte. Massacres esses autorizado pelo governo holandês.

Para muitos cronistas não foi o governo holandês que autorizou a chacina. Historiadores, principalmente os holandeses, narram que foi uma vingança por parte dos índios que ali moravam ajudados por outra tribo da Bahia. Todos esses, se revoltaram devido notícias da crueldade cometidas pelos portugueses para com os indígenas. No início da revolta (13/6/1645), isso é aceito pela maioria dos historiadores (laicos) que por onde passavam os portugueses e estabelecia seu domínio, a violência, as mortes estavam presentes de forma cruel. Massacres como esse aconteciam onde os portugueses colocavam seus pés. Os “brasilianos”, como eram chamados os índios tupis, fugiam para bem próximo das fortificações holandesas, que eram difíceis de serem atacadas e destruídas. Outros decidiram evitar o desastre aparentemente inevitável e pegaram em armas. Assim, como uma reação natural de sobrevivência os nativos realizaram um levante contra os colonizadores portugueses. Foi isso que aconteceu em Cunhaú.

Segundo informações o nome do Pastor protestante Rev. Jodocus à Stetten que era capelão do exército holandês estava ligado a esse episódio de Cunhaú, mas ao contrário do que alguns afirmam, esse pastor foi enviado pelo governo holandês do Recife para acalmar os ânimos dos indígenas. Porém, os índios, não entendiam como os holandeses podiam defender seus inimigos mortais. É preciso também registrar que esse sim: Como afirma Schalkwijk, o Algoz-mor de Cunhaú: Jacob Rabe alguns meses depois do massacre, esse funcionário da Companhia das Índias Ocidentais, que havia recebido o pastor Jodocus de pistola em punho, foi morto por ordem do próprio governador da capitania do Rio Grande do Norte, Joris Garstman. O capitão Joris era casado com uma senhora portuguesa que havia perdido muitos parentes em Cunhaú.

Os colonizadores portugueses professavam a fé católica, e na sua maioria esmagadora em nome dessa fé, exploravam, assassinavam, escravizavam e se fosse preciso exterminam muitas tribos indígenas. Não podemos minimizar a chacina. É fato. É história. Mas também não cabemos selecionar ou exaltar heróis em tempos de ignorância e crueldade. Que pra “salvar” uma alma, em nome de “deus” valia tudo! Na verdade as religiões (católicas/protestantes/muçulmanos) tinham mais interesses nos domínios de outras terras, até mesmo, mais que as coroas imperiais.

Dentro de um contexto histórico-religiosos existem sempre as controvérsias, ou melhor, uma outra versão! Por que tenho que guardar um feriado se não creio nele? Por que meus filhos e, os filhos de muitos pais protestantes não podem ir à escola? Por que não posso ir o banco falar com o gerente? Nem ao supermercado fazer minha feira? Vivemos em um país laico? Sim! Não temos religião oficial. Mas por que ainda continuar a nos “ajoelharmos” as imposições do cleritismo católico? Com todo respeito, hoje, o massacre, é contra nossa consciência e fé protestante.


João Maria Martins Bezerra
Pastor/Pedagogo

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