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Chuva de Eta Aquarídeos é resultado de fragmentos de rocha e poeira que se desprendem do cometa Halley (AFP)
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A passagem do cometa Halley,
um dos mais famosos eventos espaciais, ainda está longe de se repetir. Como o
astro nos visita a cada 75 anos, e passou pela Terra pela última vez em 1986, a
projeção é que seja possível vê-lo novamente em 2061. Duas vezes por ano,
porém, a Terra passa pela órbita de Halley, e os fragmentos de rochas e poeira
que se desprendem do cometa causam chuvas de meteoros. Uma delas, denominada
chuva de Eta Aquarídeos, poderá ser vista na madrugada desta terça-feira.
"Meteoros são fenômenos
luminosos que acontecem quando um pedaço de rocha espacial entra em atrito com
a atmosfera e sofre vaporização, tornando-se brilhante", explica Enos
Picazzio, astrofísico do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP (IAG-USP). Isso pode acontecer com uma rocha isoladamente ou
vários fragmentos vindos de um mesmo local — o que caracteriza as chuvas de
meteoros. Quando a Terra passar pela órbita do cometa Halley, os fragmentos
liberados por ele se chocam com a atmosfera, provocando o espetáculo que pode
ser observado no céu. Como as partículas costumam ser muito pequenas, elas ou
se desintegram antes de atingir o solo terrestre ou chegam aqui em forma de
poeira espacial.
Nesta passagem, as horas que
antecedem o amanhecer da terça-feira serão o melhor momento para observar a
chuva de Eta Aquarídeos. Segundo o astrônomo Marcos Calil, coordenador
científico do planetário de Santo André e consultor da Climatempo, por volta
das 4h da manhã (horário de Brasília), a chuva poderá ser vista na direção
Leste. "Nesse horário já é possível observar Vênus, um ponto prateado
muito brilhante próximo do horizonte, a Leste. Um pouco para cima está a
constelação de Aquário, onde vai acontecer a chuva", explica especialista.
Estima-se que haverá, no
máximo, 45 meteoros por hora, um pouco menos de um por minuto, embora na
prática o fenômeno não seja tão uniforme. "Podem vir três meteoros de uma
vez, passar alguns minutos sem nenhum, depois aparecerem outros", afirma Calil.
Essa projeção se refere a condições ideias de observação. Para quem mora em
cidades, a média pode cair drasticamente, chegando a cerca de cinco meteoros
por hora, devido à iluminação intensa e à poluição, que prejudicam a visão do
fenômeno. A luz da Lua não será um fator a atrapalhar a observação da chuva de
meteoros, já que o satélite terá se posto às 23h desta segunda-feira.
Os meteoros serão vistos
rapidamente, em questão de segundos, e não serão muito brilhantes. Com chuva ou
céu nublado, a visão será prejudicada ou impossível. "É preciso ter
paciência, e ficar olhando para a mesma direção por um longo período",
ressalva Picazzio.
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