
A informação consta no
"Prisma Fiscal" – sistema de coleta de expectativas de mercado
financeiro para acompanhamento das principais variáveis fiscais brasileiras –,
que é feito pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
Segundo o governo, houve
deterioração da expectativa dos bancos para o rombo nas contas do governo em
2016, visto que, no mês passado, a previsão das instituições financeiras era de
um déficit primário de R$ 100,4 bilhões para este ano.
Para 2017, porém, a previsão
das instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda é de um
rombo de R$ 92 bilhões nas contas do governo federal. Apesar do valor ainda ser
elevado, houve melhora frente ao mês anterior – quando a estimativa era de um
resultado negativo de R$ 103,5 bilhões para o ano que vem.
Se esse cenário se
concretizar, serão quatro anos consecutivos com as contas públicas no vermelho.
O governo vem registrando déficit desde 2014. Em 2015, o rombo, de R$ 114,9
bilhões, foi recorde e gerado, em parte, pelo pagamento das chamadas
"pedaladas fiscais" - repasses a bancos oficiais que estavam
atrasados.
Apesar da projeção de novo
déficit para as contas do governo em 2016, o Orçamento aprovado para este ano
fixou uma meta de superávit primário (economia para pagamento de juros da
dívida pública) de R$ 24 bilhões, ou 0,4% do PIB. Para 2017, a meta fiscal
ainda não foi fixada.
A presidente afastada Dilma
Rousseff enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei para mudar a meta
fiscal de 2016, de forma a autorizar que o governo registre, ao invés do
superávit, um rombo de até R$ 96,6 bilhões. Entretanto, a nova equipe
econômica, que assumiu após a chegada do presidente em exercício Michel Temer,
já informou que pretende encaminhar outro projeto sobre o assunto, pedindo
autorização do Congresso para um rombo ainda maior.
Nesta quarta-feira, o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que convocará uma
sessão do Congresso Nacional na próxima semana para votação da revisão da meta
fiscal. Segundo ele, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, já calcula um
déficit nas contas públicas de R$ 160 bilhões para 2016.
Reequilíbrio das contas
públicas
Para a retomada da confiança
na economia brasileira, o novo ministro da Fazenda tem dito que é importante
reequilibrar as contas públicas - que passam atualmente por forte deterioração.
O novo ministro da Fazenda já
indicou que o ajuste nas contas, que em tese pode ser implementado por meio de
cortes de gastos e de alta de tributos, é um dos principais desafios da
economia neste momento. Ele avaliou que a dívida pública não pode continuar
subindo na proporção com o PIB e que é importante tentar retomar os superávits
nas contas públicas.
De acordo com Meirelles, a
melhora das contas seria importante para a volta da confiança dos investidores
e consumidores, para o aumento do investimentos e, subsequentemente, para o
retorno do processo de crescimento da economia com geração de empregos.
Para atingir esse, Meirelles
não descartou a possibilidade de retorno da Contribuição Provisória Sobre
Movimentação Financeira (CPMF) e também propôs a reforma da Previdência Social
- que teria impacto nas contas públicas no médio prazo. A ideia, nesse caso,
seria fixar uma idade mínima de aposentadoria.
G1
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