Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba. No ano, segundo a Petrobras, a variação acumulada do preço de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,15 por litro.
Para o diesel, a Petrobras aumentará em R$ 0,78 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,80 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba.
No ano, a variação acumulada do preço de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,69 por litro. Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto, tanto para a gasolina, quanto para o diesel, é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda, destacou a estatal.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que os reajustes anunciados aconteceram no momento certo, quando os modelos rodados pela companhia mostraram que o petróleo se estabilizou em um patamar alto, mas ressaltou que é possível haver redução de preço mais à frente, principalmente da gasolina.
Ele negou qualquer interferência do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na decisão, que já era esperada pelo mercado há alguns dias. "(Lula) jamais, em tempo algum, sequer sugeriu para fazer isso ou aquilo, nada, ele tem total noção, consciência e confiança na gestão da Petrobras", afirmou Prates.
Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que o reajuste nos combustíveis promovido pela Petrobras terá impacto na inflação e estima que ele possa afetar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 0,40 ponto porcentual (p.p.) entre agosto e setembro. Campos Neto declarou que ainda haverá revisões com o reajuste.
“Hoje teve um aumento grande em combustíveis, que tem impacto na inflação. O impacto da gasolina (na inflação) é direto na cadeia. Ainda terá algumas revisões com o reajuste de hoje”, afirmou o presidente do BC em evento na sede da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).
Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirma que o reajuste nos preços dos combustíveis evidencia a necessidade urgente acelerar o processo de autossuficiência no refino de derivados de petróleo, reduzindo, ou até mesmo eliminando, importações no médio e longo prazos.
De acordo com a entidade, a demanda interna do Brasil é de 2,4 milhões de barris por dia de derivados de petróleo, frente a uma capacidade instalada de refino, incluindo as refinarias privadas de cerca de 2 milhões de barris/dia. Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o nível das importações de gasolina oscila mês a mês, girando de 5% e 15% do consumo, na maior parte dos meses.
Tribuna do Norte
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