A gestão do presidente Jair
Bolsonaro (PSL) bloqueou nas últimas horas de forma generalizada bolsas de
mestrado e doutorado oferecidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior).
Segundo relatos de
coordenadores de programas, financiamentos que estavam temporariamente sem uso
foram retirados do sistema do órgão de fomento ligado ao Ministério da Educação.
As bolsas pertenciam a alunos
que apresentaram seus trabalhos recentemente e seriam destinadas a estudantes
aprovados em processos seletivos concluídos ou em andamento.
A gestão do presidente Jair
Bolsonaro (PSL) bloqueou nas últimas horas de forma generalizada bolsas de
mestrado e doutorado oferecidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior).
Segundo relatos de
coordenadores de programas, financiamentos que estavam temporariamente sem uso
foram retirados do sistema do órgão de fomento ligado ao Ministério da
Educação.
As bolsas pertenciam a alunos
que apresentaram seus trabalhos recentemente e seriam destinadas a estudantes
aprovados em processos seletivos concluídos ou em andamento.
No Instituto de Biociências da
USP, 38 bolsas foram cortadas —17 de mestrado, 19 de doutorado e duas de
pós-doutorado. Elas custeariam estudos nas áreas de botânica, ecologia,
fisiologia, genética e zoologia.
Segundo o professor Eduardo
Santos, vice-coordenador do programa de pós-graduação em zoologia, a medida
atrapalha a formação de pesquisadores e a produção de conhecimento sobre
biodiversidade e ainda dificulta a gestão interna.
Na semana passada, o programa
fez um exame de ingresso na pós-graduação contando com o número de bolsas
disponíveis. “Nosso planejamento gira em torno dessa estabilidade”, diz.
Ele afirma ainda que, há dois
meses, o programa consultou a Capes por escrito para saber se poderia esperar
um pouco para preencher a cota da bolsa de pós-doutorado, para que se pudesse
elaborar um edital adequado. Receberam a resposta de que sim e, nesta
quarta-feira, souberam que esse auxílio foi cortado.
O programa tem nota máxima na
avaliação de qualidade da Capes.
Além de professores, a medida
pegou desprevenidos estudantes que já tinham passado em processos seletivos.
Aprovada no mestrado em
botânica da USP, Adriana dos Santos Lopes, 29, acabou de se mudar do Espírito
Santo para São Paulo e, sem financiamento, agora não sabe se vai conseguir
continuar os estudos.
Ela desistiu de outra bolsa
para fazer o programa da USP. “Estou vendo a possibilidade de voltar ou
recorrer a algum alojamento emergencial, mas não sei como vou fazer”, diz.
No início da tarde desta
quarta-feira (8), o pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto
Carlotti Junior, enviou comunicado a seus colegas de universidade
compartilhando a sua preocupação com a medida da Capes.
“No dia de hoje, as bolsas que
constavam como disponíveis para novas implementações foram zeradas nos
sistemas”, escreveu.
Ele disse ainda que uma
transferência bancária que era esperada para verba de custeio não foi
efetivada.
Em nota, a USP afirmou que receberá
nesta quinta-feira (8) mais informações da Capes em reunião do órgão com
pró-reitores em Brasília.
A universidade ressaltou que a
medida não atinge bolsas já em andamento.
Em relação à verba de custeio,
diz que a transferência deve ser finalizada nas próximas semanas.
“Entendo que o momento é de
preocupação, mas é importante que aguardemos novas informações e continuemos
nossas atividades para termos uma pós-graduação de excelência na USP com o
apoio da Capes”, afirmou Carlotti Junior.
FOLHAPRESS
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente