Coronel Araújo garantiu que o comando vai apurar circunstâncias de atentado contra soldado da PM em Capim Macio
Foto: Emanuel Amaral
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O Comando da Polícia Militar do Rio Grande do
Norte vai apurar as circunstâncias do caso em que um soldado da corporação foi
baleado em frente a um restaurante em Capim Macio, na zona Sul de Natal. Paulo
Melo dos Santos, de 43 anos, estaria atuando como segurança particular no
estabelecimento quando dois homens armados se aproximaram e efetuaram os
disparos, roubando a arma do policial na sequência.
Segundo o coronel Francisco Canindé de Araújo
Silva, comandante geral da PM no Rio Grande do Norte, o soldado baleado respira
sem a ajuda de aparelhos, mas segue internado em estado grave. "Ele está
recebendo o tratamento no hospital e agora só podemos esperar. Ele está na PM
há 14 anos e trabalhou durante muito tempo na Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio
de Motocicletas), mas atualmente estava na Diretoria de Pessoal, sendo
responsável pela entrega e transporte de documentos entre repartições públicas.
O que apuramos até o momento é que era um policial com a ficha limpa",
disse.
De acordo com Roberto Campos, presidente da
Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS-PMRN), o policial teria
sido convidado por um outro PM para fazer o serviço de segurança, sendo a
primeira vez que atuava naquele local. À TRIBUNA DO NORTE, o comandante da PM
disse que o próximo passo é identificar quem é esse policial. "Temos que
identificá-lo e verificar em que circunstâncias isso aconteceu. Ainda não temos
detalhes, mas só após ouvi-lo é que poderemos dizer se a conduta (atuar como
segurança particular) foi indevida. Por hora, nossa preocupação é com o estado
de saúde do soldado", disse Araújo.
Bicos
Segundo Roberto Campos, é comum casos de
soldados da PM atuando como seguranças particulares, sobretudo em
estabelecimentos como bares e restaurantes. "No caso dos soldados é comum.
Infelizmente, os soldados se sujeitam muito a isso pela questão financeira.
Hoje, é melhor abrir mão das folgas e fazer esse serviço extra, porque para a
maioria é a certeza de receber o dinheiro", explicou.
Roberto contou ainda que apesar da
estabilidade, ainda existem problemas na PM no que diz respeito ao pagamento de
atividades extras, como as diárias operacionais. "Para se ter uma ideia,
das diárias da Copa do Mundo só foi paga a do primeiro jogo. Assim, os
policiais evitam pegar serviços extras dentro da própria PM e optam por esses
'bicos'. É mais vantajoso, porque existe a certeza do pagamento", disse. O
presidente a associação afirmou que o valor bruto pago a um soldado da PM hoje é
de R$ 2.200. "O ideal seria que esses extras fossem feitos dentro da
própria polícia, pois teríamos mais policiais na rua. Como não existe a certeza
dos pagamentos das diárias, o pessoal termina fazendo esses serviços
particulares", explicou ele.
Tribuna do Norte
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