De acordo com a Coordenadora de vigilância em saúde da Secretaria de Saúde do Estado (Sesap/RN), Diana Rego, os números da dengue são preocupantes porque estão acima do esperado. “São mais de 20 municípios prioritários e a Sesap vem fazendo visitas técnicas, entendendo quais são as dificuldades que apresentam e quais as estratégias de combate podem que ser desenvolvidas ainda nesse período de janeiro e fevereiro”, declarou.
A região metropolitana, segue sendo a de maior incidência. Segundo ela, deve-se à proporcionalidade de habitantes e, mesmo em municípios menores, observa-se que os casos aumentam nas áreas de maior aglomeração. “Há regiões no interior que também são prioritárias e preocupantes, justamente pela forma de armazenamento da água, em especial na 3ª região de saúde, próxima ao município de João Câmara; e na 6ª região de saúde, mais próxima ao município de Pau dos Ferros”, conta a coordenadora.
Neste sentido, as pessoas precisam manter o hábito de limpeza para evitar a proliferação do mosquito, que também transmite outras doenças, como Zica, febre amarela e Chikunngunya, eliminando água parada, por exemplo, em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e tampas de garrafas.
“Em dezembro liberamos nota de alerta para os municípios, fizemos articulação estadual com secretarias parceiras e envolveu instituições de ensino superior para desenvolver ações, articulamos a rede da Sesap, atenção hospitalar, compra de insumos pensando na sobrecarga da rede”, relata Diana Rego.
O trabalho de orientação também passa pela importância de receber os agentes de endemias que realizam as visitas domiciliares em todo o estado. Em Natal, 350 mil residências são visitadas por 210 agentes distribuídos em todos os distritos sanitários, segundo o chefe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) da capital, Jan Pierre Araújo. “Porém, essa visita do agente não é uma visita fim, ela é meio. O principal agente responsável pela manutenção de suas residências é o próprio morador”, afirma.
Na capital, foram notificados 160 casos de arboviroses, sendo 151 dengue, com 27 confirmados e 9 de chikungunya, com uma confirmação. “Essas 160 notificações correspondem a um aumento de 46% se comparado às três primeiras semanas de 2023. Então, segue uma tendência de alta. A gente acredita que venhamos a ter um processo epidêmico aqui no Nordeste, como está acontecendo no Sudeste”, destacou, Jan Pierre .
Nas situações mais críticas, os conhecidos “fumacês” são enviados para a área. “Quando a gente detecta um aglomerado de casos, a gente manda nossas equipes de fumacê. A gente já fez 13 raios, principalmente na Zona Norte e na Zona Oeste, desde a última semana de dezembro”, afirma.
São usados os fumacês portáteis, uma vez que os acoplados nos veículos são acionados quando for constatado epidemiologicamente a condição de epidemia. Os pneus expostos nas ruas e terrenos foram responsáveis por 60% dos focos do Aedes Aegypti na cidade.
“Ano passado a gente coletou mais de 180 mil pneus que são jogados em canteiros, desprezados por borracharias. Então a gente tem uma rota definida para fazer esse recolhimento diário junto à Urbana, Semsur e Secretaria de Saúde. Infelizmente é um depósito que ainda é muito predominante para proliferação de mosquitos”, conta Jan Pierre.
A importância de tomar os cuidados básicos para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegipt, transmissor das arboviroses, deve ocorrer mesmo quando a população começar a ser vacinada contra a dengue, visto que o inseto transmite as outras arbovisores, como Chikungunya e Zika.
No Rio Grande do Norte, 19 cidades deverão receber o imunizante para vacinar crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, compõem o público-alvo da imunização.
São os municípios de Apodi, Areia Branca, Augusto Severo, Baraúna, Caraúbas, Extremoz, Felipe Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Grossos, Janduís, Macaíba, Messias Targino, Mossoró, Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Serra do Mel, Tibau e Upanema.
A quantidade de doses da Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, ainda não foi divulgada pelo Ministério da Saúde, que considerou a alta transmissão registrada em 2023 e 2024 e predominância do sorotipo 2 do vírus da dengue (DENV-2).
O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Números do RN
Números nas 3 primeiras semanas de cada ano
Dengue
2024: 348
2023: 278
Chikungunya
2024: 43
2023: 116
Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente