A Organização Meteorológica
Mundial (OMM) divulgou nesta quinta-feira (6), durante a Cúpula do Clima, em
Belém, uma atualização do relatório “Estado do Clima Global“. O documento traz
um dado alarmante: 2025 pode ser o segundo ou terceiro ano mais quente já
registrado.
Representantes da OMM e da Organização das Nações Unidas (ONU) alertam que é praticamente impossível impedir o aquecimento global de ultrapassar a meta de 1,5ºC estabelecida no Acordo de Paris, mas que é possível revertê-lo até o final do século.
O relatório considerou as medições entre janeiro e agosto deste ano. Com esses dados, 2025 caminha para se torna o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado, com uma temperatura média global de 1,42ºC acima da média pré-industrial.
Segundo o Observatório do Clima, o resultado está inserido numa sequência de 11 anos (2015 a 2025) com as temperaturas médias mais altas já registrada nos últimos 176 anos, quando a contagem começou.
Entre os fatores para esse número histórico, o relatório cita altas concentrações de gases de efeito estufa e a elevação da temperatura dos oceanos – que chegaram a níveis recordes em 2024 (e devem continuar aumentando em 2025). Além disso, a extensão do gelo marinha do Ártico é a menor já registrada, enquanto a Antártida segue bem abaixo da média.
A OMM também destacou a queima de combustíveis fósseis como a principal fonte de emissões desde os anos 1950. Eventos climáticos extremos também foram observados, incluindo ondas de calor, incêndios florestais e inundações até agosto.
A temperatura de 1,42ºC é apenas pouco abaixo da registrada no ano passado, de 1,55ºC.
O Acordo de Paris, de 2015, estabeleceu uma meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. No entanto, para Celeste Saulo, Secretária-Geral da OMM, isso será praticamente impossível.
Essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta.
Olhar Digital
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