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Maioria dos homicídios
registrados no RN ocorreu
em Natal (Foto: Kléber
Teixeira/Inter TV Cabugi )
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O Rio Grande do Norte já
registrou 679 crimes de homicídio este ano. O número é a soma dos crimes ocorridos
de 1º de janeiro até a manhã desta quarta-feira (21) e foi elaborado pelo
Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (Cedhuci) - que acompanha
diariamente os índices de violência em todos os 167 municípios potiguares. O
levantamento, repassado com exclusividade ao G1, também traça o perfil das
vítimas: a maioria é do sexo masculino (94%), é solteira (66%), tem cor parda
ou negra (que juntas somam 66%), mais de 21 anos de idade (66%) e foi alvo de
disparos de arma de fogo (85%). O Cedhuci informou também que houve um
acréscimo de 40 casos de assassinato em comparação ao mesmo período do ano
passado.
Ainda de acordo com o levantamento, Natal é o município com a maior
incidência de homicídios, com 228 vítimas – o que representa 33,5% ou pouco
mais de ⅓ do total de pessoas assassinadas em todo o estado este ano. Depois
vem Mossoró, na região Oeste, com 67 casos de homicídio. Em seguida aparecem
Parnamirim, com 61 pessoas assassinadas, São Gonçalo do Amarante, com 32
mortos, e Macaíba, com 28 homicídios, todos municípios da região metropolitana
da capital.
Ainda de acordo com os dados
do Cedhuci, do total de vítimas, 638 são do sexo masculino e 46 do sexo
feminino. Há ainda um caso em que o Instituto Técnico-Científico de Polícia
(Itep) ainda aguarda a conclusão do exame de DNA para identificar o sexo. Os
solteiros representam a maioria, com 449 casos. Em seguida estão os casados,
com 96 registros, e pessoas com união estável, que somam 85 casos de
assassinatos.
Com relação à etnia, com 240
casos registrados os pardos são maioria. Negros somam 207 casos, seguido de
brancos, com 195 vítimas. Em 35 casos não foi possível identificar a cor da
pele em razão de só terem sido encontradas as ossadas ou os corpos das vítimas
terem chegado ao Itep já em avançado estado de decomposição.
Os dados também mostram que
449 das vítimas tinham idade acima de 21 anos. Crianças, adolescentes e jovens
até 21 anos somam 186 dos casos de homicídios registrados no período. Por fim,
entre os instrumentos causadores das mortes, as armas de fogo aparecem no topo
do ranking das estatísticas, com 579 casos nos quais as vítimas foram mortas a
tiros. As armas brancas vêm em segundo, com 52 casos. Em meio a este total, há
16 casos em que as vítimas foram mortas por espancamento.
'Estado vulnerável’
O presidente do Conselho
Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (Cedhuci), Marcos Dionísio, atribuiu o
aumento do número de casos de homicídio à falta de políticas públicas em todas
as áreas. “Infelizmente, o Rio Grande do Norte vem tendo uma falência múltipla
de todas as políticas no campo da educação, saúde, esporte, social e, claro, na
área da segurança pública. Tudo isso cria condições para o crescimento da
violência”, analisa.
Marcos Dionísio cita ainda o
sucateamento das polícias como incentivador do aumento da violência. “O Rio
Grande do Norte teve um sucateamento dos órgãos de repressão da violência. As
investigações não andam, não há viaturas, a falta de condições desestimula os
policiais. Com certeza tudo isso deixa o nosso estado mais vulnerável”.
G1 RN
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