Evolução da taxa Selic (Foto:
Arte/G1)
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Pela décima vez seguida, o
Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o
Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (6) a taxa Selic em 0,5 ponto
percentual, de 7,5% ao ano para 7% ao ano. A decisão era esperada pelos
analistas financeiros.
Com a redução de hoje, a Selic
atinge o menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em
1986. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano,
anteriormente o nível mais baixo da história, e passou a ser reajustada
gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do
ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.
Apesar do corte, o Banco
Central está afrouxando menos a política monetária. De abril a setembro, o
Copom havia reduzido a Selic em 1 ponto percentual. O ritmo de corte caiu para
0,75 ponto em outubro e 0,5 ponto na reunião de hoje. Em nota, o BC informou que
a inflação está se comportando como o esperado e indicou que pode continuar a
cortar os juros básicos na próxima reunião do Copom, no fim de janeiro.
“Para a próxima reunião, caso
o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de
flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução
moderada na magnitude de flexibilização monetária. Essa visão para a próxima
reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que
nas reuniões anteriores. Para frente, o Comitê entende que o atual estágio do
ciclo recomenda cautela na condução da política monetária”.
A Selic é o principal
instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial,
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 0,42%
em outubro. Nos 12 meses terminados em outubro, o índice acumula 2,7%, abaixo
do piso da meta de inflação, que é de 3%.
Até o ano passado, o Conselho
Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de
tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para este ano, o CMN reduziu a
margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não
poderá superar 6% neste ano nem ficar abaixo de 3%.
Inflação
No Relatório de Inflação,
divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estima
que o IPCA encerrará 2017 em 3,2%. De acordo com o boletim Focus, pesquisa
semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial
deverá fechar o ano em 3,03%, mesmo com os aumentos recentes nos preços dos
combustíveis.
Até agosto do ano passado, o
impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas; e o de
alimentos como feijão e leite contribuiu para a manutenção dos índices de
preços em níveis altos. De lá para cá, no entanto, a inflação começou a cair
por causa da recessão econômica e da queda do dólar.
Crédito mais barato
A redução da taxa Selic
estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e incentivam a
produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. Segundo o
boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de 0,89% do Produto
Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2017. A
estimativa está superior à do último Relatório de Inflação, divulgado em
setembro, no qual o BC projetava expansão da economia de 0,7% este ano.
A taxa básica de juros é usada
nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da
economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda
que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e
estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e
incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.
G1
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