O técnico Dunga faz na próxima
terça-feira a primeira convocação da seleção brasileira nesta sua volta ao
comando. Vai divulgar a lista de 23 jogadores que participarão dos amistosos
contra Colômbia, no dia 5 de setembro, e Equador, no dia 9, nos Estados Unidos,
e, mais do que os nomes, poderá dar pista importante de como será seu trabalho,
pelo menos no início. Ele sabe que precisa ter em mente o resgate da
credibilidade da seleção, destroçada com o 7 a 1 para a Alemanha, ao mesmo
tempo em que a renova e a prepara para o objetivo final, que é a Copa do Mundo
de 2018.
Dunga não deu grandes pistas
sobre quem pretende levar para os jogos em Miami e Nova Jersey, embora há duas
semanas tenha revelado que já fizera um “esboço” da convocação. Sua disposição
porém, é de chamar vários atletas que estiveram na Copa e alguns novatos – não
necessariamente jogadores muito jovens, mas sim que andavam longe da seleção,
como Paulo Henrique Ganso e até Alexandre Pato. Ele já elogiou também o goleiro
Rafael, ex-Santos, que está no Napoli.
No entanto, mais do que nomes,
vale prestar atenção à mentalidade que Dunga pretende implantar na seleção.
Muita coisa ele vai resgatar de sua primeira passagem, ocorrida entre 2006 e
2010. “Meus princípios são a ética, comprometimento, lealdade transparência e
trabalho”, já avisou.
Nesta nova “era Dunga”, os
jogadores deverão ter pouco espaço para, quando a serviço da seleção, agirem
como celebridades. Ele entende que aparições exageradas na mídia, em atividade
que não estão diretamente ligadas ao futebol, é contraproducente. “É preciso
comprometimento, foco”.
Isso vale para todos,
inclusive para o craque do time: Neymar. Para o treinador, o talento tem de
caminhar junto com o jogo coletivo. “Todo mundo gosta de jogador talentoso. Mas
tem de aliar esse talento a organização, comprometimento, trabalho e equilíbrio
emocional”. Não precisa ser mais claro.
Nesta tentativa de
reestruturação, a CBF deu a Gilmar Rinaldi a função de coordenador de seleções.
O que significa que trabalhará também com a base, fator que criou polêmica por
seu passado recente como empresário. Gilmar e Dunga, porém, têm a mesma
filosofia. “Vamos priorizar o coletivo e não o individual” disse o coordenador.
Uma das primeiras decisões do
novo comando, esta visando a Olimpíada de 2016, foi colocar a seleção sub-21
(formada por jogadores com idade olímpica) ao mesmo tempo que a seleção
principal. Isso ocorrerá já em setembro, o que impossibilitará Dunga de contar
nas partidas nos Estados Unidos com alguns jovens que gostaria de observar de
perto desde já.
A nova comissão, no entanto,
considera que vale a pena a mescla. A intenção é olhar para os Jogos do Rio,
mas também preparar os jovens para servir no futuro à seleção principal e
ajudá-la a recuperar o prestígio perdido na Copa do Mundo.
Estadão Conteúdo
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