Depois de uma semana inteira com problemas no meu velho e querido notebook, volto a tê-lo em funcionamento e a postar neste blog.
Aproveito o domingo e deixo duas poesias de Augusto dos Anjos
A DOR
Chama-se a Dor, e quando passa, enlutaE todo mundo que por ela passaHá de beber a taça da cicutaE há de beber até o fim da taça!Há de beber, enxuto o olhar, enxutaA face, e o travo há de sentir, e a ameaçaAmarga dessa desgraçada frutaQue é a fruta amargosa da Desgraça!E quando o mundo todo paralisaE quando a multidão toda agoniza,Ela, inda altiva, ela, inda o olhar serenoDe agonizante multidão rodeada,Derrama em cada boca envenenadaMais uma gota do fatal veneno!A ESPERANÇA
A Esperança não murcha, ela não cansa,Também como ela não sucumbe a Crença.Vão-se sonhos nas asas da Descrença,Voltam sonhos nas asas da Esperança.Muita gente infeliz assim não pensa;No entanto o mundo é uma ilusão completa,E não é a Esperança por sentençaEste laço que ao mundo nos manieta?Mocidade, portanto, ergue o teu grito,Sirva-te a Crença de fanal bendito,Salve-te a glória no futuro - avança!E eu, que vivo atrelado ao desalento,Também espero o fim do meu tormento,Na voz da Morte a me bradar; descansa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente