Adaptação da obra de Richard
K. Morgan, a trama é ambientada em um mundo futurista onde a consciência humana
é armazenada em pequenos implantes - chamados de Stacks - que podem ser
transferidos de um corpo para outro, efetivamente inutilizando a morte e
reduzindo o corpo humano a um receptáculo. É nesse contexto que surge Takeshi
Kovacs (inicialmente interpretado por Will Yun Lee), um rebelde insurgente que
é revivido 250 anos após sua morte em um novo corpo (Joel Kinnaman) para
investigar o misterioso assassinato do milionário imortal Laurens Bancroft
(James Purefoy).
Eventualmente o caso se revela
como parte de algo maior, e é aí que o seriado brilha. Mesmo em uma cidade
vibrante e colorida, a série foca na problemática vida da superfície, repleta
de crime e sujeira. Usando o assassinato como ponto de partida, a narrativa
mostra um mundo onde a ausência da mortalidade indica a perda da humanidade,
agravando as diferenças sociais e econômicas e criando uma verdadeira guerra
silenciosa - porém muito violenta - entre as várias camadas da sociedade. Esses
são elementos característicos do gênero, mas que frequentemente são apenas
jogados de plano de fundo em obras que se apropriam da estética neon e seus
carros voadores. Altered Carbon não comete esse erro, e sim investe em colocar
as questões trazidas pela “alta tecnologia e baixa qualidade de vida” no
holofote. É universo cyberpunk fiel, ou seja, o mais imundo e brutal possível.
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