Temer deixa sua casa em
direção à Superintendência da PF em São Paulo — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
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O ex-presidente Michel Temer
(MDB), de 78 anos, se entregou à Polícia Federal (PF) em São Paulo na tarde
desta quinta-feira (9) para cumprir prisão após revogação do habeas corpus que
o mantinha livre. Ele deixou sua casa, na Zona Oeste da capital, e seguiu
escoltado até a Superintendência da PF.
Temer é acusado de chefiar uma
organização criminosa que teria negociado R$ 1,8 bilhão em propina nas obras da
usina nuclear de Angra 3, operada pela Eletronuclear. O ex-presidente foi
denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem
de dinheiro e organização criminosa.
Também se entregou à PF na
tarde desta quinta João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do
ex-presidente e sócio da empresa Argeplan.
A juíza federal Carolina
Vieira Figueiredo, do Tribunal Regional Federal da 2ª região (TRF-2),
determinou que Temer e Coronel Lima devam ficar presos na sede da PF em São
Paulo.
Temer disse que iria se
apresentar "voluntariamente", ao contrário do que ocorreu em 21 de
março, quando foi abordado na rua e preso por policiais federais em um
desdobramento da operação Lava Jato no Rio.
A defesa do ex-presidente
pediu nesta quinta-feira (9) liberdade ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No documento, o advogado Eduardo Carnelós afirma que não há motivos para manter
Temer preso porque os fatos apurados ocorreram há muito tempo. "Não há
espaço, data venia, para a manutenção do paciente no cárcere a título cautelar,
passado tanto tempo entre os fatos apurados e o presente momento", disse.
"Salta aos olhos a
circunstância de que fatos ter-se-iam dado na Argeplan, empresa que não é
gerida por Michel Temer, da qual o Paciente não é sócio, diretor, nem
funcionário. Se assim é, como tomar tais circunstâncias contra Michel Temer,
sem operar odiosa responsabilização por fato de terceiro?", diz a defesa
no pedido de habeas corpus.
O comboio com o ex-presidente
saiu de sua casa às 14h40 e chegou menos de 20 minutos depois à sede da PF, na
Lapa, também na Zona Oeste de São Paulo. Sua defesa quer que ele fique detido
na Superintendência na capital paulista, e não na do Rio, onde permaneceu preso
em março.
A Justiça irá definir para
onde Temer irá. A PF alega não ter condições de abrigá-lo: por ser
ex-presidente, Temer tem direito a uma sala de estado maior, o que não há no
prédio da Lapa.
G1
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