Na
prática política, Cadú busca se
consolidar como o herdeiro natural da gestão estadual. Com discurso pautado na
continuidade, “defender o legado do governo Fátima”, especialmente em segurança
pública e moradia popular, ele vem fortalecendo sua base petista e atraindo
lideranças regionais, como deputados Mineiro e Divaneide, em seminários e
eventos juninos. O grande desafio dele será ampliar sua
exposição além dos círculos já alinhados com a governadora e criar
território próprio, evitando depender exclusivamente da máquina e do apoio
institucional.
Fátima, por sua vez, ainda é vista como o
nome mais forte para chegar ao Senado. Pesquisa do instituto Seta (abril/2025)
coloca-a entre os três mais citados, ao lado de Styvenson e Zenaide Maia, com
cerca de 17,8% das citações estimuladas. Entretanto, dados da Consult indicam que 57%
dos potiguares prefeririam que ela permaneça governando até o final de seu
mandato, podendo ser um entrave político para sua candidatura ao Senado.
A governadora, portanto, precisa conduzir a transição com equilíbrio, mostrando
que o avanço legislativo será compatível com o legado administrativo que pretende
deixar.
Por fim, o balanço
político de ambos oscila entre continuidade e desgaste natural de duas gestões seguidas.
A vantagem ao PT está na sensação de estabilidade e na estrutura governamental
funcional. Mas Cadú terá que sustentar sua viabilidade política, sem parecer
mero candidato de continuidade, e Fátima precisará ocorrer rapidamente para
evitar que o desgaste da reta final de mandato reduza sua densidade eleitoral —
especialmente diante da rejeição ainda alta que enfrenta em algumas regiões. A
campanha 2026 será testada no equilíbrio entre legado e renovação, e se Cadú e
Fátima conseguirem articular esse caminho, potencializam a chance de vitória do
PT na sucessão estadual e na vaga ao Senado.
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