No mesmo dia em que apareceu
na pesquisa do Ibope seis pontos percentuais atrás da principal adversária,
Fátima Bezerra (PT), na disputa pelo Senado Federal, Wilma de Faria (PSB),
colocou no ar um programa eleitoral, para muitos, emocionante. Nele, a
ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal chorou e defendeu o filho, Lauro
Maia, condenado por corrupção durante o governo dela.
Contudo, não foi só. Em cerca
de 4 minutos de discurso gravado em uma das reuniões com “as amigas de Wilma”,
realizadas no final de agosto, a candidata ao Senado pelo PSB prometeu
trabalhar pelas melhorias na saúde, educação e segurança do País e, claro, do
Rio Grande do Norte. “Vou ganhar essa
eleição. Eu quero ser a senadora do povo do Rio Grande do Norte”, afirmou a
governadora, com uma voz já mais firme.
Segundos antes, visivelmente
emocionada, Wilma de Faria havia dito que não era ficha suja. “Repare quem era
Wilma antes de entrar na política e quem é Wilma depois. Eu sou a mesma pessoa.
Onde é que eu morava, em que casa eu morava, qual o carro que eu tinha”,
afirmou Wilma, fazendo uma pausa com a voz embargada. “Eu tenho minha alma
limpa. Me emociono sim, porque a coisa pior do mundo é a injustiça. Tem muita
gente que enriquece com a coisa pública. Existe muita corrupção e eu tenho o
dever de, como política, sempre combater a corrupção. Vou combater sempre”,
ressaltou ela.
“O Executivo não é fácil. Há
também o interesse de ferir as pessoas mais próximas quem está frente ao
Executivo. Isso aí é o que mais existe. Mas eu não tenho medo disso. Todas as
vezes que houve qualquer problema no meu governo, eu não usei o poder de
governadora para proteger ninguém. Se eu tivesse algum problema eu não estava
aqui como candidata não gente. E você tem que analisar a vida das pessoas
públicas pela sua vida”, afirmou também a governadora.
O motivo do discurso e da
utilização dele no programa eleitoral da governadora não é por acaso. Líder das
pesquisas no início da corrida eleitoral, Wilma de Faria tem perdido espaço,
justamente, com o compartilhamento do histórico de escândalos ao qual ela se
envolveu durante o período em que chefiou o Executivo Municipal e Estadual.
Foram várias operações comandadas pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal
e que tiveram o Governo como alvo de denúncias.
Na lista, aparece, por
exemplo, a Operação Higia, que desbaratou um esquema de corrupção na Secretaria
Estadual de Saúde Pública e que teria, dentre os envolvidos (e recentemente
condenado), o filho de Wilma, Lauro Maia, que, segundo o juiz federal Mario Jambo,
auto da sentença condenatória, comandava o esquema de dentro da residência
oficial da governadora.
“Quanto ao meu filho, dei meu
colo de mãe, meu ombro de mãe”, afirmou Wilma, surpreendendo ao falar ao falar
do filho dela e, em seguida, fazendo mais uma pausa, emocionada. “Meu carinho
de mãe”, continuou, tentando recuperar o fôlego.
“Não usei meu poder, que eu
tinha, para protegê-lo. Acredito na sua absolvição, porque ele não foi
condenado ainda. Ainda tem várias instâncias. E, depois, eu acredito porque,
sem provas, ninguém pode ser condenado. Então, eu estou tranquila e não tenho
medo de falar nada. E, outra coisa, não pense que vou baixar minha cabeça não,
viu. Vou ganhar essa eleição”, ressaltou Wilma.
Além disso, no discurso, a
ex-governadora também fala do seu histórico na política como, por exemplo, o
fato de ter sido parlamentar “nota 10 na Constituinte”, e primeira prefeita de
Natal, “o que não foi brincadeira, porque eu fui discriminada”, ressaltou ela.
“Eu não quero ir para o Senado para ficar lá em berço esplendido não. Eu quero
ir para o Senado para trabalhar e para mudar a realidade do Brasil e fazer as
mudanças que a gente precisa fazer”, finalizou a ex-governadora.
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