Cientistas conseguiram pela
primeira vez desenvolver óvulos humanos em laboratório desde os estágios
iniciais até a total maturidade, quando estão prontos para serem fertilizados –
uma descoberta que pode ajudar a desenvolver novas terapias regenerativas e
tratamentos contra a infertilidade.
O experimento foi realizado
por pesquisadores do Reino Unido e dos EUA, que publicaram os resultados na
revista científica “Molecular Human Reproduction” nesta sexta-feira (9).
Os óvulos foram desenvolvidos
a partir do tecido ovariano de dez mulheres. Dos 48 óvulos que atingiram o
penúltimo estágio do processo, nove chegaram à maturidade total.
Imagens aumentadas mostram
óvulos humanos em diferentes fases de desenvolvimento (Foto: Prof. Evelyn Telfer e Dr. Marie
McLaughlin/Universidade de Edinburgo via Reuters ) Imagens aumentadas mostram
óvulos humanos em diferentes fases de desenvolvimento (Foto: Prof. Evelyn Telfer e Dr. Marie
McLaughlin/Universidade de Edinburgo via Reuters )
Imagens aumentadas mostram
óvulos humanos em diferentes fases de desenvolvimento (Foto: Prof. Evelyn
Telfer e Dr. Marie McLaughlin/Universidade de Edinburgo via Reuters )
Estudos anteriores já haviam
obtido o mesmo resultado em ratos: foram criados óvulos desses animais em
laboratório até o estágio em que eles produziram descendentes vivos.
Já em humanos outras equipes
tinham conseguido atingir diferentes estágios de desenvolvimento do processo,
mas é a primeira vez que se consegue desenvolver os mesmos óvulos do estágio
inicial até o ponto em que poderiam ser liberados pelos ovários e fertilizados
(a maturidade total).
“Ser capaz de desenvolver
completamente óvulos humanos em laboratório pode ampliar o escopo dos
tratamentos de fertilidade existentes. Estamos agora trabalhando em melhorar as
condições dos óvulos humanos durante seu desenvolvimento e estudando o quão
saudáveis eles são”, disse Evelyn Telfer, coautora do trabalho, que foi
conduzido por pesquisadores de dois hospitais em Edinburgo (Escócia) e do
Centro de Reprodução Humana de Nova York.
Especialistas que não estão
ligados diretamente ao estudo comentaram que o trabalho é importante, mas
alertaram que há muito a ser feito antes que os óvulos criados em laboratório
podem ser usados com segurança para serem fertilizados com esperma.
“Esses dados sugerem que isso
pode ser muito factível no futuro”, diz Ali Abbara, pesquisador experiente da
área de endocrinologia do Imperial College London. “Mas a tecnologia ainda está
em um estágio inicial, e há muito a ser feito para garantir que a técnica é
segura e que os ovos permanecerão normais durante o processo, formando embriões
que levem a bebês saudáveis”, disse.
Para Darren Griffin, professor
de genética da Universidade de Kent no Reino Unido, o trabalho foi um “avanço
técnico impressionante”.
Se for comprovada sua
segurança e seu sucesso, afirma, pode ajudar no futuro pacientes de câncer que
querem preservar sua fertilidade antes de passarem por quimioterapia, melhorar
os tratamentos contra infertilidade e aprofundar a compreensão da biologia dos
primeiros estágios da vida humana.
Bem-Estar, G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente