Sinais dos primórdios da vida
terrestre poderiam estar presentes na Lua, esperando que um explorador os
encontrem. De acordo com físicos, essa poderia ser uma revolução se os
cientistas focassem em buscar pedaços de rochas contendo minúsculos fósseis da
Terra, que possivelmente foram lançados ao espaço em grandes impactos e
colidido com a Lua.
Meteoritos encontrados na
Terra que foram criados por impactos entre a Lua e Marte, sugerem que corpos
cósmicos atiram rochas um ao outro ocasionalmente. Vários pesquisadores afirmam
que alguns desses meteoritos mostram sinais de bactérias fossilizadas, como a
famosa pedra de Marte ALH 84001. No entanto, a evidência é crua e pede mais
explicações, segundo Mark Burchell, da Universidade de Kent, Reino Unido.
“Ninguém nunca pensou em
perguntar que se os fósseis podem existir em uma rocha, eles resistiriam?!”
disse. Para descobrir, Burchell e seus colegas tentaram simular as condições
que as diatomáceas fossilizadas – protistas microscópicos com conchas
detalhadas – enfrentariam em uma viagem daqui até a Lua.
De acordo com dados da New
Scientist, a equipe unificou restos de rocha em pó contendo os fósseis com
água, e depois congelou esse objeto, para replicar um meteoroide. Eles, então,
depositaram-no em um saco de água usando uma pistola de grande porte movida a
gás. A força da arma imita o que acontece quando um impacto próximo lança uma
pedra em órbita, e também a rápida desaceleração e altas pressões ao bater na
água, simulando o choque com a Lua.
Nenhum dos fósseis resistiu ao
impacto, e a equipe encontrou cada vez menos fragmentos reconhecíveis, e eles
estimaram que a “culpa” seria da velocidade, então reduziram de 5 km/s para 500
m/s, tentando se aproximar melhor da realidade.
O impacto testado não
pulverizou os fósseis por completo. Nenhum resistiu ao intacto, mas os poucos
fragmentos restantes eram totalmente reconhecíveis. As rochas que já haviam
sido trazidas da Lua para análise, nunca foram reconhecidas como sendo da
Terra. Entretanto, elas nunca foram analisadas por esse âmbito.
“Há uma boa chance, mesmo que
não se tenha encontrado fragmentos, nem tudo foi analisado por todas as
possibilidades”, explicou Burchell. Descobrir qual a idade dos fósseis, poderia
fornecer uma riqueza de informações sobre o passado da Terra.
Exploradores robôs e humanos
trouxeram de volta centenas de amostras lunares, mas até agora ninguém
encontrou um meteorito da Terra em nosso satélite natural. Christian Koeberl,
da Universidade de Viena, na Áustria, aponta que a atmosfera da Terra, que é
densa e possui alta gravidade, – em comparação com a Lua e Marte – faz com que
seja mais difícil para as rochas se soltarem. “Mesmo que isso aconteça
raramente, não é impossível.”, disse.
É um prêmio que vale a pena
perseguir, disse Kieren Torres Howard, da New York City University. “A ideia de
que fragmentos de rochas da Terra, espalhados na superfície lunar, poderia ser
um registro fóssil preservado, que abrange grande parte da história da Terra, é
intrigante”, diz ele. “Na verdade, descobri-los seria incrível. Outra razão
pela qual devemos voltar à Lua”, finalizou Howard, empolgado.
Fonte: NewScientist
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