Milhões de dados de usuários do Facebook foram
encontrados expostos ao público na internet, sem qualquer tipo de proteção,
revelaram especialistas da empresa de cibersegurança UpGuard nessa quarta-feira
(3).
O grupo de pesquisadores descobriu dois conjuntos
separados de dados, armazenados em servidores da Amazon. As informações podiam
ser acessadas por qualquer pessoa, sem a necessidade de senha.
O maior bloco de dados estava vinculado à empresa
mexicana Cultura Colectiva, que armazenou publicamente na nuvem mais de 540
milhões de dados de usuários coletados no Facebook, incluindo comentários,
reações e nomes de perfis.
O segundo conjunto de dados, ligado ao extinto aplicativo
do Facebook At the Pool, era significativamente menor, mas continha, entre
outros dados, fotos e senhas de 22 mil usuários.
A UpGuard acredita que as senhas eram para acessar o
aplicativo, e não a conta do usuário na rede social, mas a sua divulgação
coloca em risco internautas que costumam usar as mesmas senhas em várias
contas, alertou a empresa.
Segundo o Facebook, todas as informações expostas já
estão seguras. "Uma vez alertados sobre o problema, trabalhamos com a
Amazon para derrubar os bancos de dados. Temos o compromisso de trabalhar com
os desenvolvedores em nossa plataforma para proteger os dados das
pessoas", afirmou um porta-voz em comunicado.
A nota diz ainda que a empresa está investigando o
incidente e busca descobrir por que esses dados foram armazenados em servidores
públicos. "As políticas do Facebook proíbem o armazenamento de informações
em bancos de dados públicos", disse.
Segundo a companhia, os usuários serão informados se
forem encontradas evidências de que as informações expostas na internet foram
mal utilizadas.
A exposição desses dados não é resultado de um ataque de
hackers aos sistemas da rede social, mas é mais um exemplo de como o Facebook
permite que terceiros coletem grandes quantidades de dados de usuários, sem
controlar a maneira como essas informações são usadas ou protegidas.
"Os dados expostos não existiriam sem o Facebook,
ainda assim esses dados não estão mais sob o controle da rede social",
afirmam os pesquisadores. "Em cada um desses dois casos, a plataforma
facilitou a coleta de dados sobre indivíduos e sua transferência para
terceiros, que se tornaram responsáveis por sua segurança."
Nos últimos anos, o Facebook se viu envolvido em vários
escândalos relacionados à gestão da privacidade dos dados dos usuários, que
mancharam consideravelmente a imagem pública da empresa.
A maior polêmica que teve que enfrentar começou em março
de 2018, quando foi revelado que a companhia de consultoria britânica Cambridge
Analytica utilizou um aplicativo para compilar milhões de dados de usuários da
plataforma sem o seu consentimento e com fins políticos.
A empresa se serviu de dados da rede social para elaborar
perfis psicológicos de eleitores, que supostamente foram vendidos à campanha do
presidente americano, Donald Trump, durante as eleições de 2016.
O Facebook é a rede social mais usada no mundo, com 2
bilhões de usuários mensais. Além disso, a empresa é dona do WhatsApp e do
Instagram, também utilizados por bilhões de pessoas.
Agência Brasil
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