O Brasil só havia, até esta
terça-feira, disputado partidas de Copa em casa no chamado "eixo
Rio-SP". Até que finalmente o Nordeste, mais especificamente Fortaleza,
teve a chance de assistir in loco um jogo de Copa com a seleção em campo. Só
que os cearenses no estádio viram uma atuação fantástica de Ochoa, o goleiro
mexicano, e não do Brasil. Para decepção dos nordestinos, a seleção brasileira
ficou no 0 a 0 contra o México, na segunda rodada do Grupo A.
O Brasil segue na liderança
mesmo assim, com o México atrás no saldo de gols. E isso graças a Guillermo
Ochoa. Foram, no mínimo, três defesas espetaculares do cabeludo arqueiro,
parando chutes e cabeçadas a queima roupa de Neymar. O Brasil apostou em
pressionar, "abafar" os rivais, mas nada abalou o goleiro. Para
felicidade da grande torcida mexicana no estádio, a primeira decepção
brasileira em sua segunda Copa em casa ocorreu.
Fases do jogo: Dos quatro
tempos jogados pela seleção brasileira até aqui no Mundial, nenhum foi tão ruim
quanto o primeiro desta terça. Sem Hulk, lesionado, Luiz Felipe Scolari apostou
em Ramires para substituir o ponta direita e ninguém poderia pensar o quão
errado isso daria. Neymar, muito mais do que quanto a Croácia, teve que se
movimentar por todas as parte do ataque. Toda e qualquer chance brasileira
surgia de seus pés - Oscar, que foi bem na estreia, esteve sumido como nos
amistosos de preparação.
Na segunda etapa, a tática
escolhida foi a de "abafa". Com Fred ainda pior do que quanto a Croácia,
entrou Jô. Bernard foi a aposta para substituir Ramires. Mas continuou sendo
Neymar o único que criava, às vezes com ajuda de Marcelo pela esquerda. Só que
a pressão brasileira também deu espaço aos mexicanos, que começaram a arriscar
chutes de fora da área e sempre com perigo. Com Ochoa garantindo as defesas
atrás, o Brasil não soube como conseguir o triunfo, nem apostando em
cruzamentos, nem em chutes de fora da área. Nada funcionou. Decepção para a
torcida que esperava, no mínimo, uma atuação como a do 2° tempo da estreia.
O melhor: Ochoa - O goleiro
mexicano mostrou por que foi a opção de Miguel Herrera na briga por vaga no gol
(até a estreia, ninguém sabia quem jogaria, se ele ou Corona). A defesa em
cabeçada de Neymar, aos 23 min; do 1° tempo, é uma das mais belas da Copa até
aqui. Pouco depois, usou o peito para parar chute à queima-roupa de Paulinho.
Com o peito, de novo, pegou chute de esquerda de Neymar.
O pior: Ramires - O volante...
Ou meia? Atacante, talvez? Exatamente esse foi o problema do substituto de Hulk
na partida - ele ficou sem posição. Houve momentos em que ele apareceu como um
segundo atacante. Outros em que cobria as subidas dos laterais (tomou cartão
amarelo assim, por exemplo). E também oportunidades em que ajudava Paulinho e
Luiz Gustavo a desarmar o meio mexicano. Foi mal nas três posições e acabou
substituído no intervalo.
Toque dos técnicos: Felipão
enxergou após 45 minutos que escalar Ramires não foi a melhor opção e colocou
Bernard em seu lugar no intervalo. Em dois minutos, o jovem de 21 anos já havia
criado uma grande chance para o Brasil, em cruzamento cortado pela zaga antes
que Neymar marcasse de cabeça.
Para lembrar:
A torcida mexicana se fez
presente no Castelão. Por diversas vezes, enquanto o Brasil tocava a bola, era
vaiado: pelos torcedores rivais. Além disso, o carisma: até "Seu
Barriga" do seriado Chaves estava lá para dar o tom alegre das
arquibancadas.
Daniel Alves novamente foi mal
na lateral direita. Layún soube criar bons ataques para o México jogando
naquela região. Peralta e depois, Chicharito, é que não souberam aproveitar os
cruzamentos do meia.
Será que Felipão apelou para a
superstição? No primeiro tempo, o técnico da seleção ficou todo o jogo sem
agasalho. Na segunda etapa, apesar do calor de 28°C em Fortaleza, se vestiu com
a mesma blusa usada no Itaquerão, na estreia. Com a atuação abaixo da média do
time, entende-se caso a tentativa tenha sido supersticiosa.
BRASIL X MÉXICO
Data: 17 de junho de 2014
Horário: 16h00 (de Brasília)
Local: Castelão, em Fortaleza
(CE)
Árbitro: Cuneyt Cakir (TUR)
Assistentes: Bahattin Duran
(TUR) e Tarik Ongun (TUR)
Cartões amarelos: Ramires, aos
44 min. do 1°t, Thiago Silva, aos 33 min. do 2°t (BRA); Aguilar, aos 13 min.,
Vásquez, aos 16 min. do 2°t (MEX)
Gols:
BRASIL: Julio Cesar; Daniel
Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho, Luiz Gustavo, Ramires
(Bernard, no intervalo) e Oscar (Willian, aos 37 min. do 2°t); Neymar e Fred
(Jô, aos 24 min. do 2°t)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
MÉXICO: Ochoa; Aguilar,
Rodriguez, Rafa Márquez e Moreno; Vásquez, Layún, Herrera (Fabián, aos 31 min.
do 2°t) e Guardado; Giovani dos Santos (Jiménez, aos 37 min. do 2°t) e Peralta
(Chicharito Hernandez, aos 27 min. do 2°t)
Técnico: Miguel Herrera
Uol
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