A seleção brasileira teve sua
primeira prova de fogo nesta Copa do Mundo. E passou raspando. Dominada na
maior parte do jogo, sofreu demais diante do antigo 'freguês' Chile e empatou
por 1 a 1 no tempo normal. Nos pênaltis, porém, brilhou a estrela de Julio
Cesar. O goleiro defendeu três cobranças, salvou o Brasil de uma eliminação precoce
e classificou os anfitriões para as quartas de final.
Contestado antes do Mundial
por atuar na fraca liga dos Estados Unidos, o camisa 12 deixou o Mineirão como
o grande herói do Brasil até aqui na Copa. Pelos pênaltis e por uma grande
defesa que garantiu o empate no tempo normal. Uma classificação no sufoco,
dramática. Com a dificuldade que Felipão, desde o sorteio das chaves, já havia
anunciado. Mas que põe o Brasil no caminho de um possível reencontro com seu
passado: 64 anos depois, pode novamente enfrentar o Uruguai em uma Copa em
casa. Para isso, basta que os antigos rivais eliminem a Colômbia neste sábado,
às 17h. Chance de finalmente exorcizar o 'Fantasma de 1950'.
As fases do jogo: O Brasil
finalmente conseguiu colocar em prática a tática utilizada na Copa das
Confederações. Marcou forte a saída de bola do adversário, pressionou e abriu o
placar no início do jogo. Após cobrança de escanteio, Jara empurrou contra as
próprias redes em disputa com David Luiz (gol foi dado para o brasileiro). O Brasil
era melhor no jogo, o segundo era questão de tempo. Mas uma inacreditável
bobeada defensiva trouxe emoção à partida. Marcelo e Hulk se atrapalharam em
cobrança de lateral e a bola sobrou dentro da área brasileira para Alexis
Sanchez, que empatou.
O jogo ficou dramático e
aberto, com chances de ambos os lados. Hulk marcou aos 9, mas a arbitragem
entendeu que o atacante ajeitou no braço antes de chutar e anulou o lance.
Julio Cesar fez milagre em chute de Aránguiz aos 19. Bravo respondeu com outro
milagre cara a cara com Hulk aos 38. Bom desempenho dos goleiros que impediu
que houvesse um vencedor no tempo normal.
O calor de um jogo às 13h
cobrou seu preço na prorrogação. As duas equipes acusaram cansaço e os espaços
surgiram. O Brasil cresceu e quase marcou com Hulk, mas novamente Bravo salvou.
Os chilenos se encolheram e os minutos finais do tempo extra foram de pressão
total dos donos da casa. Mas a grande chance foi do Chile: Pinilla recebeu na
entrada da grande área e mandou uma bomba no travessão.
Nas penalidades, David Luiz
abriu as cobranças convertendo para o Brasil. Julio Cesar defendeu o chute de
Pinilla. Na sequência, porém, Willian chutou para fora. Alexis Sanchez também
parou no goleiro brasileiro. Marcelo ampliou para os anfitriões. Aránguiz fez o
primeiro gol chileno. Hulk chutou em cima do goleiro Bravo. Marcelo Díaz
empatou o duelo. Neymar recolocou os donos da casa em vantagem e
O melhor: Bravo – Nas poucas
vezes em que passou pela forte marcação chilena, o Brasil encontrou um paredão
no gol chileno. Com grandes defesas na etapa final e na prorrogação, impediu
que os anfitriões saíssem com a vitória no tempo normal. E ainda foi o grande
herói da classificação chilena nos pênaltis.
Hulk – Tinha tudo para ser um
dia negro para o atacante. Foi dele a culpa pelo gol chileno, ao errar saída de
bola que resultou no gol de Alexis Sanchez. Mas o brasileiro se recuperou em
grande estilo. Foi o único do ataque da seleção que conseguiu se livrar da
marcação chilena e criou várias oportunidades pelo lado direito. Até balançou
as redes, mas a bola bate em seu braço e o tento foi anulado pela arbitragem.
O pior: Daniel Alves – Lateral
direito mais uma vez teve uma atuação ruim. Apareceu pouco no ataque, voltou a
ceder espaços na defesa e ainda levou um baile de Vidal pelo lado direito. Na
outra lateral, Marcelo também não esteve em uma tarde inspirada.
A chave do jogo: Marcação
agressiva do Chile - Sampaoli orientou sua equipe a adiantar a marcação na
saída de bola adversária e os chilenos apertaram os brasileiros desde a grande
área. Foi assim que saiu o gol de Alexis Sánchez e que a equipe dominou as ações
durante praticamente todo o jogo.
Toque dos técnicos: Felipão
promoveu mudanças na equipe titular, com a entrada de Fernandinho na vaga de
Paulinho no meio-campo. A alteração não produziu grandes resultados. O
meio-campo brasileiro continuou inoperante na armação, com muitas ligações
diretas defesa-ataque.
Para lembrar:
Vaias à capela. Os chilenos
bem que tentaram imitar os brasileiros e cantar o hino após o fim da melodia. A
torcida dos anfitriões, porém, sufocou o cântico com vaias.
Falso alarme. Um aviso no
Twitter da Polícia Federal gerou apreensão minutos antes da partida. Enquanto
jogadores aqueciam, a conta da entidade na rede social publicou que havia uma
ameaça de bomba no Mineirão, que poderia ser evacuado. Minutos depois, foi
revelado que hackers invadiram o sistema.
Não foi dele, mas valeu. O gol
marcado por David Luiz foi o primeiro do zagueiro com a camisa da seleção
brasileira. Curiosamente, porém, quem empurrou por último para as redes foi o
defensor chileno Jara, e não o camisa 4 do Brasil.
Provocação no intervalo. Na
saída das duas equipes do gramado, Fred deu um tapa na nuca de Medel. Irritado,
o chileno foi tirar satisfação e os dois atletas tiveram que ser contidos pelos
companheiros.
Desfalque nas quartas. Luiz
Gustavo levou o segundo cartão amarelo e está suspenso para a partida da
próxima fase.
BRASIL 1 X 1 CHILE
Brasil: Julio César; Daniel
Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Ramires)
e Oscar (Willian); Hulk, Neymar e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari
Chile: Bravo; Medel (Rojas),
Francisco Silva e Jara; Isla, Marcelo Díaz, Aránguiz, Vidal (Pinilla) e Mena;
Vargas (Felipe Gutiérrez) e Alexis Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli
Data: 28/06/2014 - 13h
Local: Mineirão (Belo
Horizonte)
Árbitro: Howard Webb (ING)
Auxiliares: Michael Mullarkey
e Darren Cann (ING)
Cartões amarelos: Hulk, Luiz
Gustavo, Jô e Daniel Alves (Brasil); Mena, Francisco Silva e Pinilla (Chile)
Gols: David Luiz, aos 17 min,
e Alexis Sánchez aos 31 min do 1º tempo.
Uol
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