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Haghighi e Joseph Yobo disputam a bola, com vantagem para o goleiro. Foto: Reuters
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Se a animação da torcida curitibana entrasse em campo,
Irã e Nigéria não teriam feito o primeiro jogo sem gols - foi também o primeiro
empate - da Copa do Mundo no Brasil. Coube às duas seleções o fardo de
apresentarem um espetáculo bem abaixo da média na Arena da Baixada, pelo Grupo
F, para desespero dos espectadores que encheram a arquibancada e vaiaram muito
as equipes após o apito final.
A falta de pontaria das duas equipes, principalmente da
Nigéria, contrastou com o que foi visto até então na Copa. Nas 12 primeiras
partidas, incluindo Alemanha 4 x 0 Portugal, a média de gols era de 3,4 por
jogo. Agora, caiu para 3,1.
O empate por 0 a 0 é um resultado ruim para Irã e
Nigéria, inferiores às duas outras concorrentes da chave - que teve Argentina 2
x 1 Bósnia na noite desse domingo. Na rodada seguinte, os iranianos enfrentam
os hermanos, no sábado, às 13h (de Brasília), no Mineirão.
No mesmo dia, às 19h, na Arena Pantanal, as Super Águias
encaram Dzeko e companhia.
Cientes de que Curitiba não teve muita sorte de contar
com jogos de grandes seleções (das favoritas, apenas a Espanha joga na cidade,
contra a Austrália, na última rodada), os torcedores trataram de empurrar as
duas equipes para o gol. Não houve preferência: quem estivesse atacando ganhava
o apoio da arquibancada.
Nigéria domina, mas pouco ameaça
Melhor tecnicamente, a Nigéria tomou a iniciativa da
partida desde o início. Atuando mais recuado do que de costume nas Super
Águias, Mikel iniciava todas as jogadas dos africanos, enquanto o Irã se
contentava em defender na própria intermediária e esperar por um contra-ataque
puxado por Ghooch.
O problema é que o centroavante iraniano estava isolado
demais. Em certos momentos, ele até conseguia levar vantagem sobre os
marcadores, mas seus companheiros demoravam para se apresentar, e a Nigéria
retomava a bola com facilidade.
Se destruir estava fácil, as Super Águias encontraram
muita dificuldade para construir jogadas. O trio de ataque formado por Musa,
Moses e Emenike esbanjava disposição, mas não se entendia. O jeito era apelar
para o individualismo, como aos três minutos, quando o atacante do Chelsea
invadiu a área pela esquerda e chutou fraco para defesa de Haqiqi.
Com a Nigéria sem inspiração, coube ao Irã ter a melhor
chance do primeiro tempo. Em cobrança de escanteio pela direita, Ghooch subiu
livre na primeira trave e cabeceou para ótima defesa de Enyeama, aos 33
minutos. Muito pouco para o gosto da torcida, que vaiou após o árbitro Carlos
Vera apitar o fim do primeiro tempo.
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Mikel atuou mais recuado do que de costume e teve desempenho ruim (Foto: Getty Images)
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Torcida perde a paciência com erros
A insatisfação se transformou em desespero na etapa
final. A Nigéria seguiu com maior domínio territorial, mas errava demais no
último passe e nas conclusões. Nem a entrada do grandalhão Ameobi no lugar de
Moses aumentou o poderio ofensivo das Super Águias, que começaram a irritar o
público. Um vacilo do lateral Ambrose na hora do cruzamento rendeu ao jogador
uma reprovação em uníssono dos torcedores. Erros de domínio de bola, passes
equivocados, chutes tortos... Tudo virou motivo para vaias.
O Irã, fiel à sua estratégia, continuava chegando pouco,
apostando demasiadamente em Ghooch, que incomodava na medida do possível a zaga
nigeriana, mas não contava com a colaboração do parceiro Dejagah.
Como as coisas não melhoravam em campo, os torcedores
desistiram da partida. Nos minutos finais, entre uma cabeçada fraca de Ameobi e
um passe errado de Dejagah, o público começou a cantar músicas exaltando o
orgulho de ser brasileiro. Que não sejam novamente decepcionados, desta vez
pela Seleção, na terça-feira.
Globo Esporte
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