O sorteio da Copa definiu que
a Inglaterra jogaria em Manaus e, desde então, o técnico Roy Hodgson e a
imprensa inglesa só falaram de maneira negativa da capital amazonense. Assim,
quando o árbitro apitou o início do duelo contra a Itália, neste sábado, fortes
vaias saíram da torcida local para os ingleses. Para a felicidade dos
manauaras, deu resultado: a Itália triunfou por 2 a 1, gols de Marchisio e
Balotelli.
O resultado deixa, ao final da
primeira rodada do Grupo D, a Costa Rica como líder, pelo saldo de gols (3 a 1
no Uruguai). Se esse é mesmo o chamado "Grupo da Morte", há a
possibilidade duas morrerem já na primeira fase. Será que a Costa Rica
surpreende e tira dois campeões mundiais logo de cara?
As fases do jogo: O jogo
começou com a Inglaterra melhor: tanto que Sterling fez a Fifa errar e creditar
gol após chute de longe que bateu na rede pelo lado de fora. Até que a Itália
abrisse o placar, aos 34 minutos, os ingleses dominaram, com outras boas
chances. Mas só marcaram dois minutos depois de sofrerem, com Sturridge. E foi
só.
Na segunda etapa, a Itália
mostrou o futebol que não havia mostrado nos amistosos pré-Copa. Com Pirlo como
líder e Balotelli matador, logo aos 4 minutos, de cabeça, coube a Sirigu fechar
o gol com novas boas defesas para que os italianos fizessem três pontos em
Manaus.
O melhor: Pirlo - Dizem que
escanteio batido de forma curta não dá resultado - e usualmente não dá mesmo.
Mas não quando ela chega aos pés de Pirlo. Quer dizer, até que ele abra as
pernas para que a bola passe e vá aos pés de Marchisio, que marcou o primeiro
da Itália. Para segurar uma Inglaterra que entrou com praticamente quatro
atacantes, o volante foi quem deu a calma necessária para o toque de bola
italiano.
O pior: Hart - A Inglaterra
perdeu, mas fez bom jogo, com diversas chances no ataque e boas defesas de
Sirigu, goleiro italiano. O principal defeito do time inglês, porém, esteve lá
atrás: Joe Hart não passou confiança alguma, por mais que não tenha falhado nos
gols. Soltou bolas fáceis e foi péssimo nas bolas aéreas.
A chave do jogo: A Itália
apostou no toque de bola (93% de acerto), lembrando até o "tiki-taka"
espanhol. Enquanto isso, a Inglaterra apostou na correria de seus jovens para
tentar vencer na velocidade. Ganhou a calma de Pirlo e companhia, mesmo com
mais finalizações inglesas: 16 a 11.
Toque dos técnicos: Cesare
Prandelli não teve vergonha de recuar o time quando passou a ficar à frente do
placar, logo aos 4 minutos do segundo tempo. Minutos depois, colocou Thiago
Motta e praticamente abandonou o ataque, que tinha Balotelli (depois Immobile)
isolado. Deu certo.
Para lembrar:
O técnico Roy Hodgson falou em
2013 que Manaus era a cidade a ser evitada na Copa. Não foi perdoado: assim que
seu nome apareceu no telão da Arena da Amazônia, foi vaiado pela torcida;
Rooney foi outro muito vaiado durante o anúncio da escalação inglesa - apenas
Gerrard e Sturridge escaparam.
O jogo em Manaus foi o
primeiro a ter parada técnica pelo calor na Copa do Mundo. Enquanto os
jogadores bebiam água, um integrante da comissão técnica foi atendido por se
lesionar durante a comemoração do gol inglês, um minuto antes - teve que deixar
o campo de maca. Era Gary Lewin, fisioterapeuta.
Thiago Motta foi o 2° jogador
naturalizado após nascer no Brasil a entrar em campo por outra seleção na Copa.
Ele entrou aos 11 minutos da segunda etapa no lugar de Verratti pela Itália e
se juntou a Diego Costa, o primeiro, que jogou pela Espanha na goleada sofrida
para a Holanda.
Rooney segue sem gols em
Copas, mesmo tendo entrado em campo em oito partidas (2006, 2010 e 2014). Neste
sábado, ele pelo menos deu uma assistência, para Sturridge.
Uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente