Dilma Rousseff fechou com o
vice Michel Temer a cota do PMDB no ministério do segundo mandato. O presidente
da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que constava da lista, pediu para ser
excluído. “Quero esclarecer essa questão absurda que envolve o meu nome”,
disse, referindo-se à menção que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa
fez a ele em depoimento cujo teor ainda não veio integralmente à luz. Vão
abaixo os ministros do PMDB:
1. Minas e Energia: sai o
atual titular, senador licenciado Edison Lobão. Entra o líder do governo no
Senado, Eduardo Braga, derrotado na disputa pelo governo do Amazonas. Lobão, a
exemplo de Henrique Alves, também foi levado ao noticiário como frequentador da
lista do delator Paulo Roberto.
2. Aviação Civil: deixa a
pasta Wellington Moreira Franco, vinculado a Michel Temer. Vai à cadeira Eliseu
Padilha, também ligadíssimo ao vice-presidente da República. Alega-se que
Padilha, ex-ministro dos Transportes do governo FHC, tem mais ascendência sobre
a bancada federal do partido. Hoje, ele preside a Fundação Ulysses Guimarães,
braço acadêmico do PMDB.
3. Agricultura: Alheia ao
nariz torcido do PT e ao veto do MST, Dilma confirmará na pasta a senadora
Kátia Abreu, do Tocantins.
4. Turismo: no plano original,
a pasta iria para Henrique Alves. Com a saída dele do páreo, Dilma optou por
manter no cargo o atual ministro, Vinicius Lage, um apadrinhado do presidente
do Senado, Renan Calheiros.
5. Pesca: hoje na cota do PRB,
a pasta da Pesca vai ao colo do filho do senador Jáder Barbalho, Hélder
Barbalho. Trata-se de outro derrotado de 2014. Perdeu a disputa pelo governo do
Pará.
6. Portos: deixa o cargo o
ex-senador Cesar Borges (PR-BA), que havia sido deslocado da pasta dos
Transportes sob elogios de Dilma, que soara como se jamais admitisse perdê-lo.
Vai à poltrona o deputado federal Edinho Araújo (SP), muito ligado a Michel
Temer.
Fechando a conta, o PMDB subiu
de cinco para seis ministérios, como queria. A legenda perdeu a Previdência e
ganhou duas secretarias com status de ministério: Pesca e Portos. A legião de
insatisfeitos é grande.
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